Mesmo que tenha sido apenas para motivar seu grupo às vésperas da semifinal contra o River Plate, a declaração do técnico Jorge Almirón, do Lanús, de que teria facilidades contra o Grêmio, ainda repercute na Argentina. Em entrevista ao GaúchaZH, o presidente do Lanús, Nicolás Russo, 58 anos, um dos dirigentes mais poderosos do futebol argentino, afirma que a polêmica frase do seu treinador não terá efeitos na final. Embora não veja favoritos no confronto, se diz preocupado com a qualidade do ataque do Grêmio. Mas confia na experiência de seu time para conquistar a Libertadores pela primeira vez.
Como o Lanús está desfrutando deste momento histórico?
Para a gente, é um momento muito especial. É a primeira vez que jogaremos uma final de Libertadores. Mais do que desfrutar, estamos vivendo este momento com muita responsabilidade. Temos mérito de estar nesta final, mas temos que enxergar lá na frente. Tratar de melhorar e extrair todo potencial de nossos jogadores para fazer um bom enfrentamento com o Grêmio.
O técnico Jorge Almirón afirmou que o confronto com o Grêmio seria fácil. Depois da classificação, disse que a declaração foi para motivar o grupo. Isso pode influenciar de alguma forma na decisão?
Não. Almirón ia para uma partida como visitante contra o River Plate, um confronto muito difícil de passar. E falou isso para motivar o plantel. Ele deixou isso claro depois da classificação. Almirón não subestimou o Grêmio e nem Barcelona de Guayaquil.
Com o que você mais se preocupa no time do Grêmio?
Pelo pouco que vi, o que mais me preocupa é do meio para frente. O ataque do Grêmio é muito forte.
Qual será a estratégia do Lanús no jogo em Porto Alegre?
Temos muito respeito pelo Grêmio e todas as equipes brasileiras. É um adversário que tem ótimo toque de bola, joga muito bem e finaliza bem a média distância. E o Lanús, como em todas as partidas que disputamos, tentará buscar a vitória.
O que você sabe sobre a Arena do Grêmio e qual seria um bom resultado no primeiro jogo?
Teremos todo o estádio contra, será muito difícil. A torcida do Grêmio tem um peso muito importante. Mas não podemos nos intimidar com o estádio, precisamos jogar. Serão dois jogos difíceis, tanto na casa do Grêmio quanto em Lanús.
Decidir a final em La Fortaleza é uma vantagem para o Lanús?
Não sei se nos dá alguma vantagem. Mas a mim, particularmente, me agrada definir em casa sim. É minha opinião.
Qual clube chega melhor para a decisão? Há algum favorito?
Não. Para mim, é 50/50. Temos as mesmas possibilidades. São duas equipes de alto nível, tanto Grêmio quanto Lanús. E quem se sair melhor nos dois jogos será campeão.
Quantos associados hoje tem o Lanús?
Hoje o Lanús é um clube que tem 40 mil sócios. Não somos um típico clube de futebol, somos uma instituição que mantém mais de 30 modalidades esportivas. Houve um pequeno aumento, algo normal após uma classificação para final de Libertadores.
O Lanús tem jogadores experientes e identificados com o clube, como Sand e Velásquez. Isso é um diferencial?
Ter jogadores como Sand, como Velásquez e Acosta, que são extremamente identificados com o clube, é uma vantagem. São jogadores que fazem um esforço extra em campo e se importam com a instituição. E estão acostumados a ganhar títulos com o Lanús, isso é muito importante.