O destino de Bolaños, depois das entrevistas do domingo, me parece muito claro: será fora da Arena. O jogador estaria descontente e isso o afundaria ainda mais em problemas pessoais. Quando envolve a família, a situação se agrava ainda mais. Conforme o vice de futebol Odorico Roman, o equatoriano sofre com a pressão da torcida e a dos familiares, que acreditariam não ser mais Porto Alegre o lugar ideal.
Bolaños sempre foi um negócio de risco. Pelo alto investimento de R$ 20 milhões, e isso sempre é um risco, indepentemente do jogador, e pelo seu histórico, com alguns escorregões fora de campo. Sempre insisti que faltava ao Grêmio dar uma atenção um pouco maior ao equatoriano. Por seus melindres, afinal ele era a grande estrela no seu país e vinha para um ambiente em que precisaria se afirmar, e porque seu começo aqui foi póntuado por lesões sérias e que exigiram longa recuperação.
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Bolaños fez três meses de algo nível no Grêmio. Foi o grande nome do Gauchão. Embora o estadual não seja parâmetro para alguma avaliação mais profunda, ele deu sinais de que conhece o caminho do gol e sabe jogar. Mas não se sustentou. E quando um técnico vem a público dizer que pode recuperá-lo, desde que ele se ajude, é sinal de que lançou todas as cartas e não teve êxito.
A informação vinda do México coloca o equatoriano na lista de compras do Xolos de Tijuana, time da fronteira do com os EUA. Eduardo Coudet, ex-técnico do Rosario Central, assumiu a tarefa de reconstruir a equipe, que começou o Mexicano cambaleando. Já levou para lá o excelente centroavante Gustavo Bou, ex-Racing, e acaba de receber Juan Iturbe, que pintou como o "Messi Paraguaio" no Cerro Porteño e foi cedo para a Europa, onde não impressionou por Porto e Roma. Esses dois jogadores transitam pelo mesmo setor de Bolaños. Talvez já não seja em Tijuana o seu futuro.