A grande atuação do volante Arthur contra o América-MG, pela Primeira Liga, não ocorreu por acaso. A precisão nos passes, com uma taxa de acerto de 92% na partida, foi trabalhada pelo garoto desde as categorias de base, com ênfase especial no time de transição.
Treinado no ano passado pelo técnico Felipe Endres, o garoto fez trabalhos especiais para refinar sua técnica. Em entrevista a ZH, o treinador, que substituiu Renato Portaluppi na casamata contra o Ceará, também na Primeira Liga, explica como se ocorreu o crescimento do volante.
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O que você pode dizer sobre a evolução de Arthur?
Na transição, ele era meu capitão. É um menino muito inteligente. E esta inteligência fez com que ele pudesse subir ao profissional treinando com a mesma naturalidade que tinha na base. Ele entendeu que, sim, é difícil chegar ao profissional. Mas mais difícil ainda é se manter em alto nível. Ele tem um talento tremendo, uma técnica fantástica.
Qual é a principal qualidade que ele demonstra?
É muito difícil roubar a bola do Arthur. Esta é uma grande qualidade dele. Além disso, acha muitos passes que poucos conseguem. A gente trabalha na transição justamente para dar a última lapidada antes do profissional, fazer com que o potencial dele aflore. Em 90% dos exercícios que fazia, ele era o coringa. Até para tocar mais na bola. Criamos nos treinos situações para que ele pudesse evoluir no toque de bola, que já era diferenciado.
Ele deu assistência para o gol de Everton. Esta é outra qualidade dele?
O Arthur tem a qualidade de achar passes difíceis. No ano passado, ele também foi vice-artilheiro do time, com sete gols. Ficou atrás só do Luan Viana (fez 25). E também foi um dos líderes em assistências para gol, com nove. Ele gosta de vir buscar o jogo mais atrás. Eu fiz com que ele pisasse mais na área. E, por ter o último passe bom, conseguiu dar a assistência ao Everton.
Contigo, Arthur virou uma espécie de dublê de Maicon, jogando mais à frente?
Coloquei ele na segunda função por ter um passe bom. O Machado fazia a primeira, já que tem o passe longo melhor. O Arthur segurava mais a bola, achava passes mais curtos e mais difíceis. Então, coloquei ele mais perto do gol. Como ele é muito técnico e estava a um passo do profissional, nosso papel foi realmente de dar esta última lapidada, o último polimento.
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