Conversei no final da tarde com o presidente da FGF, Francisco Novelletto. Queria saber da posição dele sobre a discussão do local do jogo de volta no confronto entre Grêmio e Novo Hamburgo. Novelletto não fez rodeios:
– Já está definido. Será em Novo Hamburgo, no Estádio do Vale. Não há chance de sair de lá.
A medida visa a manter o equilíbrio da competição e evitar o papelão feito pelo Linense no Paulistão, quando abriu mão do mando e aceitou em troca de participação nas rendas atuar contra o São Paulo duas vezes no Morumbi.
O Novo Hamburgo, através do seu vice de futebol, Everton Cury, reclama da falta de recursos e da penúria por ausência de apoio da comunidade local. Por isso, pensou em fazer da partida contra o Grêmio um caixa para garantir recursos e montar um time competitivo na Série D. O Estádio do Vale tem capacidade para apenas 4,5 mil pessoas. Cury sonhava com um jogo no Beira-Rio e, pelo menos, 20 mil pessoas.
Leia mais:
Técnicos passam a ter contrato de trabalho registrado na CBF
Grêmio é goleado pelo Avaí e está eliminado da Copa do Brasil Sub-20
Barrios faz três gols em jogo-treino contra o Sindicato dos Atletas
O dirigente também contesta os critérios de premiação da FGF. Se for campeão ou vice do Gauchão, leva apenas os R$ 100 mil por avançar aos mata-matas. Deixa pelo caminho os R$ 200 mil destinados ao campeão do Interior. Aponta que essa medida induz os times do Interior a abrir caminho para uma decisão em Gre-Nal.
Novelletto contesta. Diz que, em caso de avançar à final, o Novo Hamburgo poderá arrecadar com a renda. O jogo só seria no Vale se fosse contra o Caxias, por capacidade inferior a 10 mil pessoas do seu estádio. O presidente da FGF ressalta ainda que, em caso de final, o Noia embolsa R$ 250 mil da cota da Copa do Brasil em 2018.
A discussão é boa, mas mostra que é preciso rever e discutir com urgência o modelo adotado no nosso Estadual. Não da fórmula, mas do produto e do negócio Gauchão.