O Grêmio contratou um centroavante de primeira linha, um especialista, daqueles que carregam na carteira de trabalho o registro de fazedor de gols. Só que esse Grêmio montado por Roger em 2015 e ajustado por Renato no ano passado não foi moldado para jogar com um camisa 9 de ofício.
Lucas Barrios já mostrou sua credencial no domingo, no pouco tempo em que esteve em ação contra o Veranópolis. Sua produção vai aumentar com o passar dos dias, quando afinar ainda mais o entendimento com os companheiros. Mas daí a cavar um lugar no time demandará muitas mudanças que talvez levem um bom tempo.
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O azar de Barrios foi chegar a um time que carecia de um centroavante no grupo, mas não necessitava dele em campo. Por que, insisto, esse Grêmio saiu de um molde que não previa um jogador de área. Em um exercício rápido, imaginemos que, por imposição do estatuto gremista, o homem de área tenha lugar cativo no time. Quem você tiraria? Pedro Rocha, um jogador que auxilia na marcação com o vigor de volante, ataca com velocidade de atacante e equilibra o time no lado esquerdo? Luan ou Bolaños, que são as reservas técnicas e se afinaram como se fossem parceiros desde a infância? Léo Moura ou Ramiro ou quem estiver pelo lado direito?
O fato é que a entrada de Barrios, obrigatoriamente, força à mudança de posição de Luan. E isso traz a reboque um custo alto para o time. Por tudo isso, digo que no Grêmio atual não há lugar para um homem de área. Mas também digo que esse jogador é fundamental para os momentos de apuro ou para quando for preciso bater de frente com os zagueiros mais cascudos.