O mais importante mérito de Renato foi reconhecer que o trabalho de seu antecessor não podia ser destruído. O Grêmio brilhante da reta final da Copa do Brasil tem, nas trocas de passes envolventes, o dedo de Roger Machado. O que não significa que o atual ocupante da casamata não tenha participação no título que está tão próximo. Abaixo, ZH analisa algumas das mudanças que impulsionaram o Grêmio desde a troca de treinador.
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Menos passes, mais segurança atrás
Mesmo que o Grêmio mantenha o modelo de valorização da posse de bola firmado por Roger, os números mostram uma redução importante de passes trocados por jogo. A média da equipe com o ex-treinador, em partidas do Brasileirão e da Copa do Brasil deste ano, foi de 390,27 passes certos. Com Renato, é de 366,18. Desde a troca, o time tende a demorar menos para definir o lance, o que abrevia as longas tramas que marcaram a passagem de Roger.
Outra estatística que mostra diferença significativa desde a troca de comando é a de gols sofridos. Com Roger, a média de gols sofridos nas competições nacionais de 2016 foi de 1,19 por jogo, número que caiu para 0,62 sob o comando de Renato.
A bola parada defensiva
Problema defensivo mais persistente dos tempos de Roger, a bola aérea já não rende tantos gols aos adversários. Adepto da marcação por zona até mesmo nas bolas paradas, o ex-técnico viu, em várias oportunidades, atacantes rivais subindo sozinhos em meio à área. Renato trocou o modelo para a marcação individual. Os jogadores parecem ter se adaptado às novas ordens, ainda que o encaixe por zona seja amplamente utilizado no futebol europeu. O problema, como se viu no gol sofrido contra o Atlético-MG no Mineirão, não está plenamente resolvido, mas o Grêmio tornou-se menos vulnerável à bola aérea.
Ramiro
O pior momento de Roger se iniciou a partir da saída de Giuliano. Sem conseguir encontrar substituto, fez experiências que causaram desequilíbrio à equipe. Ao apostar em Ramiro, que já ocupara o lado direito do meio-campo nos tempos de Felipão, Renato achou uma solução para o setor. Confiante, o jogador cresceu tecnicamente e tornou-se um dos grandes nomes da campanha na Copa do Brasil.
Douglas articulador
Douglas é tão importante na estrutura de Renato quanto era na de Roger, mas seu papel mudou. Antes, destacou-se por gols marcados e assistências, mas já não participava tanto da construção das jogadas, tarefa entregue aos bons volantes. O novo técnico o fez voltar a se movimentar como um "10" clássico, retornando para auxiliar Maicon e Walace na transição e na circulação da bola. Os números mostram: com Roger, o meia distribuía 35,43 passes por jogo, estatística que subiu para 43,25 com Renato.
Motivação
Seria injusto com Roger afirmar que ele não tem poder de motivar o grupo. A intensidade com que o time atuou em seus melhores momentos prova que sua capacidade vai além do vasto conhecimento sobre o jogo. A postura das rodadas que antecederam sua saída, porém, já não era a mesma. O Grêmio, além de sofrer com problemas táticos e técnicos, parecia apático, sem reação.
Renato injetou ânimo no grupo com seu discurso otimista e bem-humorado. Ainda que a simples mobilização não seja suficiente para garantir bom desempenho, é um fator importante quando uma crise de confiança chacoalha o ambiente.
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