Buscando fortalecer o vínculo entre Grêmio e o Black Panthers, da China, uma comitiva composta por governantes chineses visitou, na manhã deste domingo, o CT Luiz Carvalho e as dependências da Arena. O clube pretende usar a metodologia de ensino gremista nas escolas públicas do país.
A iniciativa começou no ano passado. Segundo Deco Nascimento, diretor geral das escolas do Grêmio, a metodologia implementada nas categorias de base gremistas chamou a atenção do mexicano Hugo Manzanilla, CEO do Black Panthers, da cidade de Zhuhai. O clube chinês, que tem perspectiva de em cinco anos estar disputando a primeira divisão do campeonato nacional, irá importar o trabalho das categorias de base do Grêmio. O objetivo é desenvolver a prática e a cultura do futebol nas escolas chinesas.
– Visitamos o Corinthians, Flamengo e outros clubes do Brasil. Escolhemos a parceria com o Grêmio pela qualidade das pessoas que trabalham na categoria de base. Iremos implementar um modelo que não existe no mundo. Vamos colocar a metodologia das categorias de base do Grêmio dentro das escolas públicas da China – projetou Manzanilla.
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Em Zhuhai, o governo chinês cedeu um prédio de 1500m² para o Grêmio, que pretende com o projeto expandir a sua marca. Aproximadamente 150 escolas chinesas já se cadastraram no programa que tem contrato de 10 anos. Até Luiz Felipe Scolari está envolvido. Felipão fará palestras no país incentivando as instituições de ensino a participarem.
A visita começou no CT Luiz Carvalho, às 9h. O chefe do gabinete gremista Marco Bobstein, apresentou a sala de imprensa, passando por vestiários e corredores. Encontraram o zagueiro Walter Kannemann, tomando chimarrão com os massagistas.
Ao chegarem à sala de musculação, os chineses aproveitaram para tirar fotos com o goleiro Bruno Grassi, que entre flexões e alongamentos, atendeu aos visitantes de forma atenciosa, mesmo sem entender o mandarim que falavam. A seguir, aproveitaram para conhecer o gramado do CT. Lá estava a equipe de transição, aquecendo para o treinamento numa rodinha de bobo. Um dos chineses, um tanto quanto desajeitado, arriscou alguns toques na bola, arrancando risos dos atletas.
Depois rumaram à Arena. Na sala de vídeos do Memorial, com os olhos puxados, porém atentos, os chineses ficaram surpresos com o gol de Baltazar contra o São Paulo, em 1981, que rendeu ao Grêmio o primeiro título Brasileiro.
Às 11h10min, já nas arquibancadas da Arena, Romildo Bolzan foi encontrar a comitiva da China. Muito solícito, o presidente recebeu os governantes para uma reunião que foi até às 12h. Antes disso, afirmou que futuramente o Grêmio pode levar o grupo de transição para a China com o intuito auxiliar em treinamentos das equipes.
Bola rolando na Arena
Durante Grêmio x São Paulo, os chineses, no camarote 72 da Arena, olhavam tanto para a torcida quanto para o que acontecia dentro do campo. O tradutor Jaime Tse dividia seus olhares entre o jogo e a Geral.
– Lá é que ficam os mais apaixonados, né? – perguntou.
Vibraram aos 20 do primeiro tempo quando o chute de Bolaños acertou a rede, mas pelo lado de fora. Fizeram sinal de positivo após a falta cobrada por Edilson, que Denis espalmou para escanteio.
O mais empolgado era Hugo, torcedor do Tigres do México que, acostumado a acompanhar o futebol, em todo o lance de perigo do Grêmio levava as mãos à cabeça.
– O Grêmio está muito melhor, mas não está conseguindo fazer o gol.
No segundo tempo, o gol veio.
Bolaños, novamente, foi quem levantou os chineses das cadeiras do camarote após chute que passou a esquerda do gol defendido pelo São Paulo. Mal deu tempo de os orientais se sentarem. Maicon em jogada individual chutou, Denis espalmou e Douglas marcou. Instintivamente, toda a comitiva sacou seus celulares do bolso para gravar a festa da torcida.
– O jogo é muito mais rápido e intenso do que os jogos da superliga chinesa (primeira divisão do campeonato nacional chinês). E os atletas são muito mais técnicos também – observou, em mandarim, Ye Zhen , um dos responsáveis pela organização das estruturas em Zhuhai.
Ainda deu tempo da comitiva lamentar a defesa de Denis, no final do jogo, evitando o segundo gol do Grêmio.
– O ambiente é bem diferente do que estamos acostumados. Aqui conseguimos sentir a energia das pessoas – disse He YeMin, prefeito de Zhuhai.
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