
Desde que Roger assumiu o Grêmio e o impulsionou rumo à ponta de cima da tabela no ano passado, fala-se na importância da manutenção da posse de bola para sua equipe. Hoje, porém, o time encontra-se em outro estágio. Os números dão ideia de que o Grêmio já se sente mais confortável com postura recuada e nem sempre tem sucesso ao tomar a iniciativa e atacar.
Em oito dos 15 jogos pelo Brasileirão, o Grêmio teve mais posse de bola do que o adversário. Nessas partidas, obteve quatro vitórias e quatro derrotas, um aproveitamento de 50%. Em seis jogos, foi o adversário quem dominou a bola a maior parte do tempo. Nessas ocasiões, foram quatro vitórias tricolores e dois empates, o que significa 77,7% dos pontos conquistados. A exceção fica por conta do empate em 3 a 3 com a Chapecoense, em que as duas equipes tiveram números idênticos de posse de bola.
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É necessário fazer a ressalva de que a estatística pode enganar. Um time que pressione desde o início, trabalhando a bola para envolver o adversário e construir uma vantagem cedo no jogo, tende a se retrair para defender a vantagem depois, "inflando" os números de posse de bola do rival. Ainda assim, a análise de algumas das boas atuações do Grêmio mostram que a estratégia pode ser útil.
Diante do Atlético-MG e no Gre-Nal, para ficar em dois bons exemplos, o time de Roger soube se fechar atrás e contra-atacar ao seu estilo – sem prescindir das trocas de passe em progressão. Não é caso de se jogar fora o estilo que construiu a base da equipe, mas é uma boa carta na manga a ser utilizada quando necessário.
* Diário Gaúcho