Quem apostava em Lincoln como a cara nova do Grêmio de Roger Machado, surpreende-se ao ver que é Bobô quem reivindicou essa condição. Visto até o ano passado apenas como uma alternativa para jogos encardidos, aqueles em que a bola aérea representa a solução final, o centroavante refinou seu estilo e virou uma eficiente alternativa para os 90 minutos.
Teve a inteligência de perceber que no Grêmio de Roger Machado não há lugar para jogadores estáticos, capazes de executar apenas uma função. Assimilou os ensinamentos do treinador, descobriu as vantagens de mover-se por todas as posições do ataque e conquistou seu espaço. Se Luan é o meia que se transforma em centroavante, Bobô é o centroavante que converte-se em meia. Um abre o espaço para o outro. Juntos, criam problemas para os marcadores.
Ninguém desconhece que Quito oferecerá dificuldades muito maiores do que as vividas no Gauchão. Também nesse aspecto será importante contar com jogadores experientes como Bobô, capazes de administrar com maior naturalidade situações adversas. Roger apostará em cascudos como Douglas e Giuliano para suportar os primeiros momentos de correria que a LDU certamente irá impor. A resposta virá na velocidade de Luan. Pedro Rocha, Lincoln e, talvez, Everton, serão alternativas para quando o gás acabar nos 2,8 mil metros da capital equatoriana.