Ramiro passa a maior parte do dia dentro do CT Luiz Carvalho. Chega 8h30min e só sai às 17h. Praticamente escondido dentro da sala de musculação, evita dirigir o olhar para o lado direito da parede envidraçada.
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Não quer ter a visão dos dois campos de treinamento, onde os outros jogadores correm. Sem atuar desde 12 de abril, quando sofreu ruptura no ligamento do joelho esquerdo, o volante sofre com a abstinência do futebol.
- A vontade de jogar é muito grande. Não gosto nem de assistir treino - confessa Ramiro, enquanto se prepara para gravar vídeo para zh.com.
A lesão ocorreu no primeiro jogo das semifinais do Gauchão, contra o Juventude, no Alfredo Jaconi. O chamado lance bobo, como define o próprio jogador, por não ter envolvido uma disputa direta. Parecia uma torção, mas se tratava de uma ruptura que exigiria pelo menos seis meses de tratamento.
- Claro que fiquei abatido. Mas, como não havia nada a ser feito, passei a pensar em coisas positivas, buscar força em outros lugares, me aproximar dos meus pais e de minha namorada - descreve o volante.
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Feita a cirurgia, começaram as duas sessões diárias de fisioterapia. As duas primeiras semanas foram difíceis. Ramiro sentia muitas dores e enfrentava dificuldades de locomoção.
- Agora, está mais tranquilo. É só academia, fortalecimento, atividades nos aparelhos, bicicleta - descreve o jogador, que pediu aos preparadores físicos que privilegiassem exercícios para membros superiores.
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Quando os jogos são na Arena, Ramiro vai ao vestiário dar força ao grupo. Aposta no sucesso de Roger Machado, a quem conhece desde 2013, quando o atual treinador era auxiliar de Vanderlei Luxemburgo.
- Ele vai agregar bastante. Dá para perceber que já evoluiu muito de 2013 para cá. Está iniciando, tem a mesma tesão de jogador em começo de carreira - observa.
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Ao mesmo tempo, nega que o grupo tenha cansado de Felipão. Ramiro elogia o ex-técnico, de quem diz ter recebido algumas das melhores chances, e acha normal que, por vezes, haja dificuldade de relacionamento entre uma e outra pessoa.
Passados quase dois meses da lesão, Ramiro já não tem mais a sensação de que o ano está perdido, como chegou a pensar no início. Era, afinal, sua segunda lesão de joelho - a primeira, também no esquerdo, havia ocorrido durante a pré-temporada em Gramado e exigira 50 dias de parada.
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Embora saiba que o retorno aos treinamentos mais fortes só ocorrerá em outubro, projeta disputar pelo menos 10 jogos antes do encerramento do ano. Não apenas pelo Brasileirão, mas, também da Copa do Brasil.
- Quero estar inteiro na parte final - diz.
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Enquanto a volta não acontece, ele gasta os dias com cinema, seriados na televisão e leitura. E, claro, a fisioterapia.
- Chego em casa para jantar e, quando vejo, já está na hora de dormir para começar um novo dia - resume.
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Adriano de Carvalho
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