Há quase dois anos no futebol japonês, o atacante Pedro Júnior, 28 anos, celebra o bom momento na carreira. Depois de marcar 13 gols com a camisa do Vissel Kobe em 2014, o paraense disputou poucos jogos na temporada 2015 devido a um problema no tendão do pé esquerdo.
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Morando no Oriente com a mulher e os dois filhos - Nicolas, quatro anos, e Rebeca, dois -, o herói do Gauchão de 2006 conquistado pelo Grêmio conversou na manhã de terça-feira (noite no Japão) com Zero Hora.
Ele relembrou o Gre-Nal no qual afirma ter entrado para a história do clube nove anos atrás, quando o time de Mano Menezes empatou em 1 a 1 no Beira-Rio com o Inter que conquistaria a Libertadores e o Mundial.
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Pedro Júnior marcou, de cabeça, aos 33 minutos do segundo tempo. Se o placar for repetido no próximo domingo, no reformado estádio colorado, o tricolor gaúcho volta a erguer a taça estadual depois de cinco anos. Confira trechos da entrevista:
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Foto: Arquivo Pessoal
O que você lembra daquele jogo?
Estava me sentindo bem, confiante. Um fato curioso é que, quando o Fernandão fez 1 a 0 para o Inter, a gente estava aquecendo e o Marcelo Lipatín falou para mim: "Que bom que fez o gol". Achei até estranho: "Mas como?". Aí ele disse: "Quem entrar de nós dois vai fazer o gol do título". E foi o que aconteceu.
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Aquilo te passou confiança?
Passou. Até porque quando eu perdi aquele pênalti contra o 15 (de Campo Bom) na Copa do Brasil (o Grêmio foi eliminado em pleno Olímpico), eu falei que Deus tinha reservado algo melhor para mim na final. Então eu já sentia que ia acontecer alguma coisa.
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Você entrou aos 16 minutos do segundo tempo. Havia muita provocação em campo?
Gre-Nal sempre é aquela pegada, de discussão, de reclamação. Mas quando eu entrei na explosão do jogo, decisão, estádio cheio, nem pensei muita coisa. Mas depois que fiz o gol, queria que o juiz acabasse logo. Ficava pensando: "Quando vai acabar?!". Perguntei ao juiz várias vezes: "Tá acabando? Tá acabando?". Porque sabia que iria entrar para a história do clube. Eles reclamaram de um pênalti no final também. Gre-Nal sempre é uma partida diferente.
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Qual foi a sensação ao marcar o gol?
Na hora, você não pensa muito. Só queria que o jogo acabasse logo para entrar para a história. Porque todo dia que tivesse Gre-Nal alguém ia lembrar daquela história. E foi uma jogada treinada. Durante a semana, o Mano treinou muito. Chegava a encher o saco. Aquela bola cruzada pelo Marcelo Costa. Se não fosse eu, seria o Evaldo ou o Pereira ou o Ramón que faria o gol. Antes do jogo, ele dava o posicionamento de cada um. Só que naquele momento, 1 a 0 para o Inter, 33 minutos do segundo tempo, esquece o posicionamento, não existe mais!
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O time do Inter era melhor? O Mano usou isso para motivá-los?
Sim. Tanto que depois foi campeão da Libertadores e Mundial. A preleção do Mano era muito motivadora. Ele citava muito os jogadores do Inter. Lembro que ele falou do Bolívar, que pouco tempo antes jogava com ele no Guarani de Venâncio Aires. Um jogador que se dedicou para estar onde chegou. Mas um jogador normal, não tínhamos que temer ninguém. Todo mundo falava que o Inter era um time de diamantes, e o nosso era de brucutus. Era o time de ferro contra o time de diamante.
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Como as pessoas passaram a lhe tratar?
Muito bem. Eu vinha de Goiânia e não tinha noção do que era uma torcida diferente como a do Grêmio, apaixonada. As pessoas passaram a me conhecer na rua, na internet vinha me parabenizar. Acho que o Felipão não vai lembrar, mas quando a gente estava no ônibus, voltando do Beira-Rio para o Olímpico, meu empresário na época me ligou. Estava em Portugal com o Felipão. Ele (Felipão) falou comigo, me deu os parabéns. Foi muito legal tudo isso.
Que conselho você daria para o Grêmio ser campeão no Beira-Rio novamente?
O principal de tudo é ter coragem e arriscar. Não dá para ficar só esperando, porque daí o Inter vai fazer o gol, é um time de muita qualidade. Se o Grêmio sair na frente, vai bater aquele desespero neles. Porque empate com gol não adianta, aí terão que sair mais. E o Grêmio tem jogadores de qualidade que podem decidir o jogo em um contra-ataque. Acredito muito no Giuliano, no Luan também.
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