O Grêmio que entra em campo neste clássico histórico, o primeiro da Arena, tem um compromisso com sua torcida: mostrar que é mais parecido com a equipe que faz 10 a 0 no primeiro Gre-Nal da Baixada, do que com o time que perdeu o primeiro do Olímpico, por escore inferior, mas assim mesmo desagradável.
Tenho certeza de que, apesar de seus problemas de escalação, o Grêmio está consciente dessa responsabilidade e vai superar tudo. Afinal, temos um pedaço grande da nossa história comandando tudo no banco de reservas.
Infelizmente para o Grêmio, há um outro componente histórico que entra em campo: a herança de Luxemburgo. Ele trouxe os jogadores errados (tanto que o Grêmio está tentando livrar-se de vários deles), acostumou o time com um esquema lento e previsível (e é difícil mudar essa engrenagem com a máquina andando) e fez o Grêmio perder muito dinheiro com ações absolutamente equivocadas, como aquelas longas temporadas de aclimatação na altitude para ganhar a Libertadores.
Os jogadores agora devem ter feito uma aclimatação diferente. Imagino o Renato chegando em cada um deles e contando as suas histórias de Gre-Nal, os gols que fez, a paixão que a torcida tem por quem honra a camiseta tricolor. E provavelmente está advertindo: a altitude para quem não morder a grama da Arena é dez palmos abaixo da terra. Sem aclimatação.