No dia 28 de agosto do ano passado, o técnico Ricardo Gomes sofria um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, três dias depois, Cristovão Borges via aparecer, de repente, a chance de comandar o Vasco. Passado um ano, o treinador, já adaptado à função, acredita que o saldo de seu trabalho é positivo, e tira a experiência como um aprendizado.
- Da maneira que aconteceu, foi surpreendente, chocante e difícil para todos nós. Foi uma missão dada e uma missão bastante difícil, por causa da responsabilidade que é dirigir um clube como o Vasco. Estávamos em estado de choque, mas não podíamos parar. Vínhamos de um resultado vitorioso, que foi a Copa do Brasil. Eu tive que me superar. A constatação foi a de que superei limites que jamais imaginei. Me fortalecia e sentia que estava agregando experiência. Foi uma tarefa árdua e acho que correspondi bem - declarou.
Até mesmo as vaias que recebeu algumas vezes é compreendida. Em sua opinião, isso aconteceu por ter postura firme nas convicções em relação aos ídolos da torcida, mais especificamente Felipe e Juninho, quando, em algumas oportunidades, preteriu-os.
- Eu tenho uma visão muito clara disso. Eu vim de assistente para dirigir um clube como o Vasco, com grandes ídolos. Para isso, tem que ter atitudes, e eu tomei algumas que eram com relação a grandes ídolos. Então, a compreensão que eu tenho da torcida é que qualquer atitude e em relação a esses ídolos você vai estar matratando-os, mas a minha intenção é a mesma da torcida. Só que a minha função é procurar fazer o melhor para o Vasco ganhar. Cada um tem uma opinião do mesmo jogo.
Cristovão acredita que por ter vindo como auxiliar, as pessoas poderiam duvidar de sua capacidade.
- Acho que por ter vindo como assistente, pode ter parecido, para alguns, uma certa audácia: "o cara veio de assistente e quer mexer nisso e naquilo?". Porém, tive a felicidade de acertar mais do que errar, mesmo com a discordância de alguns. Se não tivesse me colocado, com toda certeza eu não estaria aqui - concluiu.
Olho no adversário
Cristovão Borges fecha um ano à frente do Vasco: "Eu tive que me superar"
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