O Gre-Nal 425 propiciou uma experiência nova para os torcedores gremistas e colorados. Foi um jogo único, o primeiro sem a presença de pessoas nas arquibancadas do estádio Centenário. Uma das únicas coisas que se repetiu na partida foi a 134ª vitória gremista, dessa vez por 1 a 0, com gol de Jean Pyerre. Nesse primeiro Gre-Nal sem o apoio presencial ali pertinho do gramado, a torcida precisou ser feita de cada casa, de cada sofá, na frente de uma televisão ou ao lado de um rádio.
Antes da partida, GaúchaZH conversou com três famílias: uma colorada, outra gremista e uma mista para mostrar como eles iriam acompanhar ao jogo. Agora, voltamos a falar com eles para saberem o que acharam da sensação de assistir ao clássico da sala.
Pizza e felicidade pela vitória
Presença frequente nos estádios a família Queiroz trocou a arquibancada fria pelo conforto da sala de estar em virtude da restrição de público nos estádios do Gauchão, o que deve se repetir no Brasileirão. Para preencherem o vazio das confraternizações antes dos jogos nos arredores da Arena, optaram por pedirem duas pizzas, uma salgada e outra doce.
Michael, o filho mais velho, fez elogios À atuação da zaga composta por Kannemann e Geromel, invictos no Gre-Nal, mas ressaltou a sensação diferente de assistir um jogo desses em poucas pessoas.
— A gente manteve a tradição, tem nos dado sorte. Seguir quase um protocolo de quando a gente assiste as partidas em casa. Foi um clássico bem trucado. Foi bem diferente, porque tu escutas o vizinho gritando, soltando foguete e aí fica na tensão de sair o gol ou não. Muito divertida a experiência — contou.
A estreia de Mariá ficou para outro dia
Com 80 dias de vida, a pequena Mariá iria assistir ao seu primeiro Gre-Nal de vermelho, mas não ia torcer para ninguém. Isso porque seu pai, Daniel, é colorado e sua mãe, Denise, é gremista. Além disso, acabou dormindo antes da partida começar e permaneceu assim até o apito final de Daniel Bins. Denise também tomou o rumo do quarto, mas ao final do primeiro tempo. O pai acabou assistindo o clássico com TV baixa e sem qualquer vibração.
— Gre-Nal em casa a parte boa é que é só dormir. A parte ruim foi que acabei vendo o jogo sozinho quase em silêncio. Não tinha nem com quem comentar o jogo e a resenha pelo Whatsapp atrapalha o ato de assistir o jogo — comentou.
Vai ter que ficar para o clássico 426 a estreia de Mariá na frente da televisão esperando para ver quem ganhará a partida.
Derrota e apreensão
A família do consultor de vendas Moisés Santos dos Santos, 42 anos, é presença frequente no Beira-Rio, costumam ir a todos os jogos. O Gre-Nal 425 teve o mando do Inter, mas foi realizado no Centenário e sem público. Restou se reunir com as filhas Mariani e Rafaelli e com o genro Demétrio. Sentados na sala de casa o nervosismo foi o que mais predominou na casa dos Santos, ainda mais com a derrota.
— Fica mais nervoso, angustiante, sem vibração com a torcida, mas a gente continua apoiando o Inter — disse Mariani.