Pioneiro na América do Sul, o gramado belga do Passo D'Areia foi instalado em fins de 2010. Naquela época, Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol, também respondia pelo futebol do Zequinha. Havia voltado encantado do Omnilife, o estádio do Chivas, que fez a final da Libertadores com o Inter, e cuja grama sintética chega a reluzir.
– Pagamos R$ 800 mil pelo nosso gramado. Como era o primeiro do continente em um estádio de futebol, acabamos conseguindo uma parceria e pagando menos do que ele custava – recordou Novelletto. – Decidimos pelo sintético porque o Passo D'Areia virava uma banhado quando chovia, nem dava para treinar. Desde então, lá jogam do sub-8 ao sub-80 – emendou o dirigente.
Se o Passo D'Areia foi o primeiro, o da Arena da Baixada é o mais moderno sintético do Brasil. Foi inaugurado em 25 de fevereiro – vitória por 1 a 0 sobre o Criciúma, pela Primeira Liga.
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O fio da grama tem 7cm de altura (o do Passo D'Areia, 6,5cm) e, em vez de farelo de borracha para compor o gramado, é utilizado um composto orgânico, cor de terra, com fibra de coco, e que impede o aquecimento excessivo do campo artificial – como ocorreu no Gauchão de 2014, em partida entre São José e Grêmio.
O gramado artificial da Arena vem sendo elogiado, apesar dos poucos jogos realizados lá desde fevereiro.
– Havia alguma desconfiança, mas as partidas têm tido uma boa velocidade, e a bola rola muito bem, como se fosse em um campo com a grama natural, cortada baixinha e que tivesse sido molhado antes do jogo – atestou o repórter André Pugliese, do jornal Gazeta do Povo.
Para quem já atuou nos dois gramados, o artificial da Arena é superior ao do Passo D'Areia.
– São sintéticos, mas bem diferentes. O do São José é bem mais ralo e a bola quica mais, fica mais viva, não rola bem no chão, como lá na Arena – contou o meia Diogo Oliveira, que desde 2012 vem atuando no Passo D'Areia, seja com Veranópolis, Juventude ou Brasil-Pel.
– O sintético da Arena parece um gramado natural. É mais alto. O do São José, talvez pelo tempo, já está mais surrado, mais batido. Qualquer gramado artificial te dá um temor a mais. Prefiro a grama comum – finalizou Diogo, que na semana passada viu o time de Pelotas ser eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético-PR, na Arena.
William Saldanha, atacante do Novo Hamburgo, jogou duas vezes nessa temporada no Passo D'Areia. Ele entende que a vantagem será dois donos da casa neste sábado:
– O tempo de bola é bem diferente lá. Se você domina mal, já vem um, dois defensores em cima. O jogo fica mais veloz. Como o São José está mais acostumado ao gramado do que todos os outros times, sempre leva alguma vantagem.
*ZHESPORTES