A velha gangorra está de volta. Desta vez, são os colorados, empenhados na Libertadores, que consideram o regional desprezível. É o cafezinho. Gauchão, assim mesmo, superlativo, só para os gremistas. Normal. A dicotomia foi ao inverso do ano passado.
Pergunta: se para o Grêmio o clássico de domingo tem todo o valor possível, para o Inter ele não vale nada? Conversa fiada. Resultado de Gre-Nal arruma ou desarruma a casa. E então? Não dá para esquecer que o Grêmio também tem uma ainda incipiente Copa do Brasil da qual o Inter participará mais tarde.
Mas deixando de lado as subjetividades, objetivamente é inegável que o Internacional dá menor valor ao Campeonato Gaúcho. É só observar a escalação da equipe sem alguns importantes titulares. A estatística, entretanto, é reveladora de que o time alternativo tem desempenhado tão bom ou até melhor do que o titular. Mas é irrefutável que reservas são reservas e pronto.
O Grêmio joga tudo no regional. Não quer dizer que os gremistas estejam fora da Libertadores. O Grêmio,sim. Os gremistas, não. Secadores também são protagonistas. Secadores colorados no ano passado, gremistas neste ano. Esta, porém, é uma forma indireta de confronto. Já o Gre-Nal não tem intermediários. É cara a cara, olho no olho. O que vai acontecer neste domingo na Arena e, depois, no Beira-Rio, não tem parâmetro.
E favorito tem? Por onde começar? Retrospecto? A campanha do Inter é ligeiramente melhor. No enfrentamento direto com o Grêmio, porém, não houve vantagem. Fator local? Bom, são dois jogos, um em cada estádio. Disputar o último no Beira-Rio pode ser melhor? Depende do que acontecer no primeiro na Arena, é óbvio. Não estou pipocando ou subindo no muro. Talvez o que de mais concreto e consistente exista é que o Grêmio vai com força máxima, e o Inter, não - o que, pelo menos teoricamente, aumentaria as chances do Grêmio. E a responsabilidade, também. Quero dizer que quem põe os titulares vai mais forte e quem os enfrenta com os reservas vai de sangue doce.
Tenho grande expectativa, também, pelo que possa ocorrer fora do campo. Estádios lotados. Que não haja hostilidade, com ou sem torcidas mistas. Precisamos pacificar o futebol, sem abrir mão da tão saudável rivalidade. Imagino que alguém esteja pensando: puxa, esse cara enrolou, enrolou, e não citou jogadores e/ou esquemas. Sobre isso se fala e se escreve o tempo todo. Então, fica para a próxima. Combinado?