A mãe de Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), recebeu alta nesta quinta-feira (31) depois de ser internada em razão da greve de fome que iniciou na segunda-feira para defender o filho, duramente criticado por beijar na boca a atacante Jenni Hermoso durante a cerimônia de premiação da Copa do Mundo feminina. A atleta afirma que não houve consentimento no beijo, enquanto o dirigente discorda.
Segundo o jornal espanhol Marca, Ángeles Béjar deu entrada no Hospital Santa Ana de Motril, em Granada, com problemas de locomoção, enjoo, náusea e inchaço nas pernas, agravados por uma doença renal crônica. Ela deixou o pronto-socorro da unidade acompanhada do filho, colocando fim à greve de fome depois de três dias.
Rubiales é presidente da RFEF e se negou a renunciar em meio à polêmica, mas foi afastado do cargo pela Fifa por 90 dias enquanto uma investigação é conduzida. Ángeles Béjar entrou em greve de fome e decidiu se trancar dentro de uma igreja na cidade de Motril, na região de Andaluzia, como protesto contra o que considera uma campanha para difamar o filho.
Existia a expectativa de que Rubiales renunciasse à presidência da RFEF na última sexta-feira, durante assembleia extraordinária da federação espanhola. Porém, o encontro foi usado pelo dirigente para se defender, afirmando que o ato foi consentido, e dizer que não iria entregar o cargo.
Após o anúncio de Rubiales, a jogadora Jenni Hermoso publicou uma nota, por meio do sindicato FutPro, para rebater e reiterar que o beijo não foi consentido. O comunicado também foi assinado pelas companheiras de seleção da atacante, que afirmam que não irão mais defender a Espanha enquanto "os atuais dirigentes continuarem no comando".
Na sexta-feira, às 19h (horário local), será realizada uma manifestação na Praça da Aurora de Motril por diversas associações sociais e femininas de Granada em apoio à Jenni Hermoso. A jogadora está de férias e se prepara para retornar ao México, onde defende o Pachuca, time da primeira divisão local.