A Croácia, próximo adversário do Brasil na Copa do Mundo, tem um dos uniformes mais reconhecíveis do futebol internacional, com seus quadrados vermelhos e brancos — quase como uma toalha de piquenique.
O xadrez replica a estampa do brasão de armas do país, presente também no emblema no centro da sua bandeira, que conta com três listras, uma vermelha, uma branca e uma azul. Ele remete a uma lenda da nação croata, muito mais antiga que o estado moderno da Croácia, que declarou sua independência com a dissolução da Iugoslávia, em 1991.
Segundo a história, tudo começou com o monarca do antigo Reino da Croácia Stjepan Držislav (969 - 997), um exímio enxadrista, sendo capturado pelos venezianos. O líder do reino vizinho, Pietro II Orseolo, sabendo da fama do croata, teria o desafiado a três partidas de xadrez, valendo sua liberdade. Držislav venceu três vezes, foi libertado e pôde retornar para casa. Para eternizar a vitória, ele teria adicionado o tabuleiro ao brasão de sua família.
Apesar de popular, a lenda nunca foi comprovada por nenhum registro histórico e muitos historiadores defendem que ela foi criada no século 19, como parte de um despertar da identidade nacional croata.
A seleção adotou a estampa desde sua estreia na Copa do Mundo, em 1998, na histórica campanha em que, batendo campeões como a Alemanha, eles chegaram ao terceiro lugar, apenas sete anos depois de declarar sua independência e três anos depois do fim da sangrenta guerra que marcou o término de fato da Iugoslávia.
"O desempenho e a camisa única marcaram a todos que assistiram ao torneio. e o padrão xadrez tornou-se sinônimo da seleção croata", destaca o site The Kitsman, especialista em uniformes de futebol.
A campanha na Copa de 1998 só foi superada pela Croácia em 2018, quando eles foram vice-campeões, após perderem a final para a França. A equipe europeia enfrenta a Seleção Brasileira na próxima sexta-feira (9), às 12h, pelas quartas de final do Mundial do Catar.