— Não consigo acreditar no que vejo. Nunca vi tanta dancinha. Sei que tem o ponto da cultura, mas é desrespeitoso com o adversário. São quatro gols e em todos teve isso. A primeira coreografia ou o que for, tudo bem. Até o técnico participa.
A declaração de Roy Keane, que rodou o mundo após as comemorações dos quatro gols brasileiros contra a Coreia do Sul, gerou onda de reação. Desde a divulgação de suas opiniões, personalidades do Brasil e do resto do mundo apresentaram pontos de vista o contrariando. Mas por que Keane é relevante a ponto de causar essa repercussão toda?
Para quem não lembra (ou não acompanhava), Keane foi um jogador irlandês que fez sucesso no Manchester United entre os anos 1990 e 2000. Era um volante de bons passes e posicionamento, liderança e muita virilidade — que muitas vezes descambava para a violência. Seu momento mais famoso com o futebol brasileiro foi o gol do título do United em cima do Palmeiras no Mundial Interclubes de 1999.
Mas outras razões o deixaram famoso, para além dos 480 jogos e 51 gols pelo clube vermelho de Manchester. Keane colecionou lances duros, faltas fortes e gestos violentos.
Sua briga mais famosa foi a que teve com Alf-Inge Haaland, pai do centroavante norueguês Erling Haaland. Em 1997, Haaland xingou Keane em um lance no qual o irlandês, em uma corrida para a área, caiu sozinho com dores.
O norueguês o acusou de ter fingido lesão — e Keane havia rompido os ligamentos do joelho. Quatro anos depois, o irlandês deu uma entrada por cima da bola, direto na perna de Haaland. No golpe, o oponente teve ruptura de ligamento e fratura. Desde então, não conseguiu mais terminar uma partida e encerrou a carreira dois anos depois, aos 31 anos.
Keane, atualmente, é comentarista de futebol. Ele trabalha no canal britânico ITV.