A uma semana da Copa do Mundo 2022, o troféu mais cobiçado do planeta retornou ao Catar neste domingo (13), enquanto torcedores e seleções começam a chegar na capital Doha para uma das edições mais polêmicas da história do torneio.
Após seis meses de uma turnê mundial por cinquenta países, a taça, que será levantada pelo vencedor em 18 de dezembro, chegou ao emirado sete dias antes antes da partida de abertura, que terá a seleção anfitriã contra o Equador no dia 20 de novembro.
Os apelos da Fifa para "focar" no futebol enfrentam duras críticas europeias sobre o tratamento de trabalhadores, mulheres e comunidade LGBTQIA+ pelo Catar. A seleção dos Estados Unidos chegou à ilha artificial The Pearl (A Pérola) nos últimos dias e a Austrália deve desembarcar no país na noite deste domingo.
Messi, Neymar e Mbappé em campo
Em consequência do adiamento do torneio para o fim do ano para aproveitar as temperaturas mais amenas, os principais campeonatos europeus ainda estão em curso neste fim de semana e muitas estrelas estiveram em campo com as camisas de seus clubes.
É o caso de Lionel Messi, Neymar e Kylian Mbappé, que foram titulares na goleada do Paris Saint-Germain por 5 a 0 sobre o Auxerre, pelo Campeonato Francês.
Os astros do PSG terminaram o jogo em boas condições físicas, o que acalmou os torcedores e aumentou a expectativas às vésperas do Mundial.
Milhares de torcedores
No porto da capital Doha, um enorme navio de cruzeiro, o MSC Europa, construído para acomodar milhares de torcedores, será inaugurado neste domingo.
De acordo com as leis conservadoras do país muçulmano, que restringem o consumo de álcool e proíbem os jogos de azar, uma garrafa de água de rosas será aberta para brindar a inauguração ao invés de champanhe, enquanto o cassino do navio permanecerá fechado durante o tempo em que estiver atracado no porto.
O MSC Europa, cujas reservas estão esgotadas para as duas primeiras semanas do torneio, e dois outros navios devem acomodar cerca de 10 mil pessoas. Uma solução imaginada para evitar problemas de acomodação no menor país a sediar uma Copa do Mundo.
Barreiras foram erguidas nas ruas de Doha, ao redor de estações de metrô e estádios, por algumas semanas, enquanto as forças de segurança se preparam para a chegada de um milhão de torcedores.
Segundo os organizadores, 2,9 milhões de ingressos de um total de 3,1 milhões foram vendidos e os fãs que visitam o principal outlet do bairro de West Bay muitas vezes saem de mãos vazias, como Matthew Coleman, australiano residente em Doha, e seu amigo holandês, Gijs Beenker, que não encontraram artigos "interessantes" para venda.
Guerra de versões
Não muito longe dali, em uma loja de souvenirs oficiais, os clientes geralmente são europeus e estão interessados na bola do torneio e em seu mascote La'eeb, contam os funcionários.
Trabalhadores do sul da Ásia compraram milhares de camisas de seleções favoritas como Brasil e Argentina, e fazem questão de usá-las há dias, sobretudo pelas mesmas estarem em pauta em muitas conversas desde que o Catar foi escolhido como sede da Copa em 2010.
No entanto, a imprensa europeia e do Catar continuam sua guerra de versões sobre a legitimidade do local do Mundial de 2022. Um jornal britânico noticiou no domingo que muitos torcedores achavam que algumas pessoas no Catar haviam sido "pagas" para torcer pela Argentina e pelo Brasil.
Já o jornal de língua árabe Al-Sharq respondeu que a série de críticas "confirma a arrogância de alguns países ocidentais que pensam que sediar a Copa do Mundo deveria continuar sendo seu monopólio".
Para o jornal Al Raya, "o clima entusiasmado e festivo dessas multidões de torcedores de diferentes nacionalidades (...) mostra o fracasso das campanhas de difamação lideradas por alguns meios de comunicação e políticos ocidentais".