Não foi um desconhecido que invadiu o campo durante a partida entre Portugal e Uruguai nesta segunda-feira (28), pela fase de grupos da Copa do Catar. O italiano Mario Ferri, conhecido como "il Falco" ("o Falcão", em italiano), que se descreve nas redes sociais como um "pirata moderno", é famoso exatamente por esse tipo de comportamento.
De acordo com o jornal britânico Evening Standard, esta é a terceira vez que Ferri interrompe um jogo de Mundial, após invasões em campos brasileiros e sul-africanos, fora inúmeras manifestações em partidas de campeonatos europeus que podem ser vistas em seu perfil no Instagram.
Com a mesma camiseta azul com símbolo do Super-Homem, ele invadiu em 2010 a semifinal entre Espanha e Alemanha, na África do Sul. A mensagem, no entanto, era diferente daquela vez: acima do escudo, as palavras "paz no mundo"; abaixo, um "eu te avisei" para o técnico Marcello Lippi, chamando sua atenção por ele não ter levado Antonio Cassano para a Copa do Mundo, da qual a Itália já havia sido eliminada aquela altura.
Na Copa no Brasil, Ferri atacou novamente, desta vez em uma partida entre Bélgica e os Estados Unidos pela fase de grupos do Mundial, com a camiseta azul daquela vez pedindo ao público para "salvar as crianças da favela".
Ao Catar, o manifestante foi munido com uma bandeira LGBT+, como forma de protesto contra as leis do país-sede da Copa do Mundo. A camiseta também foi atualizada, com os dizeres "Salve a Ucrânia", no peito, e "Respeite as mulheres iranianas", nas costas, provavelmente em relação à invasão russa à Ucrânia, que teve início em fevereiro, e aos protestos por liberdade das mulheres iranianas, que tiveram início em setembro.
Falando com jornalistas após o jogo, o meio-campista de Portugal Ruben Neves afirmou que esperava que o manifestante não fosse maltratado pelos organizadores da Copa:
— Esperamos que nada aconteça com ele porque compreendemos sua mensagem e acho que o mundo inteiro a compreende também.