Um começo entusiasmado, um apagão, uma tristeza e uma esperança. A estreia da Argentina na Copa do Mundo causou sentimentos extremos nos "hinchas". Da euforia do primeiro tempo à frustração da derrota por 2 a 1 para a Arábia Saudita, os vizinhos já experimentaram as mais variadas reações logo no primeiro jogo do Mundial.
A partida no inusitado horário das 7h (hora local) fez o país se dividir entre os que ficaram em casa até mais tarde e os que foram aos cafés assistir ao jogo antes de começar a trabalhar. Na fan fest, milhares de torcedores tentaram apoiar o time mesmo à distância.
O gol de Messi aos nove minutos foi ouvido nas ruas. Pelas janelas, argentinos comemoraram o 1 a 0. O grito se repetiu outras três vezes na etapa inicial. E todas acabaram anuladas.
— Jogamos melhor, no segundo tempo podemos ampliar o placar — disse um otimista Carlos Suárez, que estava com a família no evento promovido pela prefeitura de Buenos Aires, na Praça Intendente Seeber.
A fan fest ainda se ajeitava após o intervalo quando a Arábia Saudita virou o jogo. Incredulidade e expectativa deram o tom da torcida, que se animou com a entrada de Julián Alvarez, ídolo do River Plate, que agora atua pelo Manchester City. Mas os gols perdidos e uma espécie até de catimba dos adversários irritaram os hinchas.
Ao final, o primeiro sentimento foi de desolação.
— Foi uma derrota dura, ainda mais depois do primeiro tempo com tantos gols anulados. É difícil quando o VAR nos tira a vantagem — lamentou Ladislao Acuna.
Mas nem tudo está perdido. Passados uns minutos da derrota, a esperança foi renovada. O fim da sequência invicta da Argentina pode servir para dar mais força nos próximos jogos, segundo a torcedora Vanessa Godoy:
— Foi só o primeiro jogo. Vamos nos recompor e ir para cima do México e da Polônia. Não tem razão para perder as esperanças.