Com a proximidade do início da Copa do Mundo do Catar, no dia 20 de novembro, muitos estão querendo garantir o fardamento verde e amarelo para torcer a caráter pelo hexa do Brasil. Só que não está assim tão fácil encontrar o manto canarinho. Em lojas de Porto Alegre, alguns modelos da camisa oficial da Seleção Brasileira, produzida pela Nike, já estão esgotados e sem previsão de reposição até a Copa.
Na loja Centauro, do Bourbon Ipiranga, por exemplo, já não há mais modelos disponíveis na versão amarela desde o mês passado, ainda que a procura siga intensa. A indisponibilidade se repete em outras filiais da loja consultadas pela reportagem.
A amarelinha é disparado a mais pedida pelos clientes. Ainda assim, não deve retornar para o estoque tão cedo, conforme a supervisora Evelyn Santos.
— O WhatsApp da loja é lotado de gente pedindo para avisar quando chegar a amarela, mas a previsão é de que a gente receba somente da azul. A amarela teve tanta procura que acabou meio que esgotando pela Nike mesmo, não estão mandando. A última vez que recebemos foi ainda na época das Eleições — diz a funcionária da Centauro.
E foi justamente no período eleitoral que o modelo esgotou na loja. Isso porque a versão mais clássica da camisa da Seleção Brasileira transformou-se em símbolo do bolsonarismo nos últimos anos, o que fez subir a procura pelo item no comércio. Com a candidatura de Jair Bolsonaro, quem apoiava a reeleição do atual presidente logo tratou de ir atrás de uma amarelinha. Assim, segundo a supervisora da Centauro, as vendas dispararam.
— O maior aumento de vendas foi na época das Eleições. Com a proximidade da Copa, as camisas ainda estão sendo bem procuradas, mas não tanto quanto foram ali por outubro. Saíram todas as amarelas, por exemplo. Agora a gente só tem algumas poucas da azul em loja — lembra Evelyn, salientando que também houve quem buscasse por modelos de outras cores para não ser apontado como apoiador do presidente. — Tem muita gente que não quer comprar a amarela por estar associada ao Bolsonaro, assim como tem gente que a procura só por conta disso.
Sem a amarelinha nas lojas, a alternativa é comprar algum dos outros modelos lançados pela Nike, em azul, preto ou branco. Depois da clássica, a versão azul com detalhes em verde é a que mais tem agradado à clientela. Mesmo assim, ainda há quem faça questão de fardar amarelo. Nesses casos, a saída é oferecer uma licenciada.
As licenciadas são aquelas camisas que têm autorização da CBF para estampar o brasão da Seleção Brasileira, mas não foram produzidas pela Nike, patrocinadora oficial. Na Paquetá Esportes elas são o carro-chefe, uma vez que a rede não está trabalhando com a versão fabricada pela Nike.
Conforme o gerente da filial do Bourbon Ipiranga, Rodrigo Cordeiro, as vendas para a torcida brasileira também vão de vento em popa entre os modelos alternativos, que variam entre R$ 109 e R$ 149.
— Não recebemos distribuição das camisas da Nike, vendemos somente as licenciadas, que estão indo muito bem. O que a gente sabe é que está bem difícil de achar a oficial nas lojas. Isso faz com que a procura seja maior, pois as pessoas acabam ficando com ainda mais desejo de comprar, justamente por não encontrarem fácil. Nisso, também acabam comprando o que tem disponível, que são as licenciadas — explica o gerente. — A gente costuma dizer que camisa do Brasil é o pão quentinho aqui da loja, porque o que vem, a gente vende — completa.
A maior procura ali também foi durante o período eleitoral. Contudo, quem está procurando agora, está procurando para usar na Copa, conforme o gerente. Por ali também há relatos de clientes que temem vestir a amarelinha por conta da associação política, mas Cordeiro aposta que essa "onda" está passando e percebe que, aos poucos, o público está ficando mais a vontade em relação à cor.
E também está ficando meio esquecido. A prova é lista de camisas de seleções mais vendidas na loja: Argentina e Alemanha.
— Por incrível que pareça, a gente sempre vende muito bem as camisas da Argentina. É a nossa número um depois do Brasil, acredito que pela proximidade do país aqui com o Rio Grande do Sul. Depois, vem a da Alemanha, que está muito bonita esse ano, com um detalhe dourado. Parece que o pessoal já esqueceu do 7x1 (risos) — brinca o gerente da Paquetá.