Se este fosse um texto comum, começaria assim: "O capitão do Penta, Cafu, esteve nesta quarta-feira em Porto Alegre, concedeu entrevista aos veículos do Grupo RBS, apresentou o livro sobre sua vida, falou sobre expectativa para a Copa do Catar e analisou a Seleção Brasileira. Para ele, é nítida a falta de laterais direitos no futebol e há dois candidatos à braçadeira na busca do Hexa".
Mas este não é um texto comum, porque Cafu não é um cidadão comum. E entre um compromisso e outro no feriado de 12 de Outubro, decidiu, ao lado de sua biógrafa Mariah Morais, visitar Hospital Santo Antônio da Santa Casa, que já havia visto alguns super-heróis.
O Dia das Crianças foi inesquecível para uma gurizada que enfrenta alguns dos piores dramas possíveis graças a uma iniciativa do homem que imortalizou Jardim Irene, bairro da periferia de São Paulo escrito na camiseta na hora de levantar o troféu da Copa de 2002.
Cafu chegou a Porto Alegre pela manhã e foi direto do aeroporto para a sede do Grupo RBS. Enquanto aguardava para conceder entrevistas, ouvia o Timeline, apresentado direto do Hospital.
Quando terminou sua agenda com os repórteres, faltava pouco mais de uma hora para iniciar o Sala de Redação, seu último compromisso na empresa. Então, ele e Mariah pediram para ser levados à Santa Casa, para distribuir abraços e conversar com as crianças.
Kelly Matos e Eduardo Gabardo foram os guias da visita. O capitão levou um quadro com a capa da Zero Hora de 1º de julho de 2002, dia seguinte à conquista do Penta. Ele autografou a peça e cedeu ao hospital, para que a leiloasse. Tudo iniciativa sua. Pediu (e vai levar), porém, uma cópia para colocar em seu museu particular.
O capitão do penta também distribuiu sorrisos. Um deles, aliás, capturado pelo repórter fotográfico de GZH, Mateus Bruxel, foi o da jovem Sophia Souza de Mesquita, quatro anos. De Guaíba, ela trata um tumor e está no hospital há cerca de seis meses. Sua mãe, Simone Barbosa de Souza, sintetizou como a filha recebeu o carinho de Cafu:
— Hoje a Sophia está realizada!
A primeira parte da vida de Marcos Evangelista de Morais está sendo contada no livro "A saga Cafu", que, neste primeiro volume, trata da história do ex-jogador de São Paulo, Palmeiras, Juventude (em passagem de um mês), Milan e Roma desde seu nascimento até a assinatura do primeiro contrato profissional. São passagens de sacrifício familiar, resiliência e nove dispensas em peneiras. Parte destas histórias seriam contadas em uma palestra no ParkShopping Canoas.
Voltando às entrevistas. O conteúdo completo irá ao ar no sábado no programa No Mundo da Copa, da Rádio Gaúcha, e na superedição de Zero Hora, além de GZH, é claro. Mas vale spoiler. Quando perguntado sobre quem deve ser o capitão da Seleção na Copa, não pipocou:
— Vejo como perfil o Marquinhos e o Casemiro como bons líderes. Já vi o Casemiro falando, tem personalidade e todos falam. Marquinhos é o líder que dá dura quando precisa, mas sem expor os outros.