O No Mundo da Copa deste sábado (16) entrevistou Jorginho, campeão do Tetra em 1994, conquista que completa 28 anos no próximo domingo (17). Em entrevista a Eduardo Gabardo e Leonardo Oliveira, o ex-lateral-direito lembrou do contexto antes da Copa do Mundo nos Estados Unidos, das decisões que o grupo tomou para chegar ao título e das lideranças no elenco.
— O histórico da Seleção Brasileira é de que as equipes que saíram desacreditadas acabaram ganhando. Talvez de 1958 para 1962 não foi essa situação porque já tinha sido campeão. As equipes que saíram daqui com essa dúvida ganharam uma virtude, algo a mais para brigar, pra demonstrar que tinham potencial. Foi o que aconteceu com a Seleção de 1994. Dentro das Eliminatórias, a não convocação de Romário, a dúvida da permanência de Parreira. Tudo isso fez com que esse grupo fosse se fortalecendo, se fechando. Até o ponto em que entramos, em Recife, todo mundo de mãos dadas para o jogo em que ganhamos de seis da Bolívia. Foi sim algo que trouxe uma superação maior para aquele grupo — recordou o ex-jogador.
Jorginho também disputou a Copa de 1990, quando o Brasil foi eliminado nas oitavas de final para a Argentina. O ex-atleta destacou as mudanças feitas pelo elenco para o mundial do Tetra.
— A gente perdeu a Copa de 1990 fora de campo porque perdemos o foco do que era o mais importante por uma série de razões que já foram muito debatidas. Na Copa de 1994, tomamos uma decisão de fazer diferente do que foi feito em 1990. Aquilo que nós erramos, nós não repetiríamos. Como não discutir premiação. Não importa o que eles vão pagar. Se nos pagarem R$ 2, vamos brigar pelo título, não pelos R$ 2. Foi uma decisão muito importante. Além de outras decisões, como não permitir entrada de repórteres, amigos, família no nosso ambiente de trabalho. Seria só para a gente. Também iríamos cumprir todas as regras impostas pela comissão técnica, pela diretoria. Todo valor que fosse destinado para os jogadores deveria ser dividido por igual entre todos os membros da delegação — revelou o agora técnico.
Na entrevista, o ex-lateral também falou sobre a sua relação com Dunga, o ataque de Romário e Bebeto e o jejum da Seleção sem título de Copa do Mundo. Agora treinador do Atlético-GO, que está nas quartas de final da Sul-Americana e da Copa do Brasil, Jorginho falou do seu trabalho e de três jogadores que estão no seu time e que passaram pela dupla Gre-Nal: Churín e Ricardinho, ex-Grêmio, e Peglow, ex-Inter.