O francês Michel Platini, ex-presidente da União Europeia de Futebol (Uefa), foi detido nesta terça-feira (18), em Paris, em uma investigação por suposta corrupção na escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022, informaram à AFP fontes próximas ao caso. A Procuradoria Nacional de Finanças (PNF) abriu em 2016 uma investigação preliminar por suspeitas de corrupção no processo de escolha da Fifa para as sedes dos Mundiais de 2018 (Rússia) e 2022 (Catar).
A justiça francesa se interessa particularmente por uma "reunião secreta" que teria acontecido no Palácio do Eliseu em 23 de novembro de 2010, na qual teriam participado o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, o príncipe do Catar Tamim bin Hamad al-Thani e Michel Platini, que na época era presidente da Uefa e vice-presidente da Fifa.
O secretário-geral do Palácio do Eliseu durante a presidência de Sarkozy, Claude Guéant, também está sendo interrogado por investigadores da unidade anticorrupção da polícia judicial na mesma investigação, de acordo com as mesmas fontes.
A escolha do Catar como sede da Copa de 2022 pelos membros do comitê executivo da Fifa foi um dos estopins da grave crise que abala a entidade desde 2015.
Em outubro de 2015, o ex-presidente da Fifa Sepp Blatter acusou a França. O dirigente suíço mencionou um "acordo diplomático" para que os Mundiais de 2018 e 2022 acontecessem na Rússia e nos Estados Unidos, mas esse plano fracassou após "a interferência governamental de Sarkozy". O ex-presidente francês nega qualquer intervenção.
Suíça e Estados Unidos também iniciaram investigações relacionadas ao processo de escolha das sedes das duas Copas.
O ex-atleta renunciou à presidência da Uefa em 2016, após o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) reduzir para quatro anos a suspensão imposta pela Fifa.