As denúncias de que o Catar pagou US$ 880 milhões para sediar a Copa do Mundo de 2022 não abala o país e organização para o Mundial. Desde que foi escolhida pela Fifa, em 2010, a nação árabe convive com acusações de que comprou votos para receber a maior competição de futebol do mundo.
As questões polêmicas são rotineiras para um país que sequer tem o futebol como um dos esportes mais populares. A modalidade que movimenta a vida dos cataris é a corrida de camelos. No entanto, o Cômite Organizador do torneio no país é enfático ao dizer que não há provas de que a propina de fato aconteceu.
— Não estamos aí para essas declarações sobre compra de votos. Ninguém tem prova. Se acharem alguma, estaremos prontos para apanhar. Mas dizem isso desde 2010. São nove anos falando e nada de comprovarem — declarou Khalid Al-Naama, porta-voz do Comitê Organizador do Mundial.
De acordo com uma publicação do jornal britânico The Sunday Times, o canal de TV Al Jazira, financiado pelo governo do Catar, pagou em 2013 duas parcelas de US$ 400 milhões e US$ 480 milhões à Fifa pelo país ser oficializado como sede do Mundial em cumprimento a contrato assinado 21 dias antes da decisão, em 2010.
— O próprio Infantino (atual presidente da Fifa) já afirmou que não encontraram nada contra o Catar. Nenhuma transferência se quer. Não damos importância para o que falam sobre o Catar — Khalid Mubarak, diretor de marketing e comunicação da Federação de Futebol do Catar.
O país é um verdadeiro canteiro de obras. Dos oito estádios que receberão as partidas, um já completamente pronto: o Khalifa Stadium. Outros dois serão inaugurados ainda em 2019: em maio o Al-Wakrah, e em agosto o Al-Khor. A expectativa é de que todas as praças esportivas estejam prontas em 2020. As obras estão mais de 70% concluídas. Ao todo, o governo do Catar estima gastar com os estádios mais US$ 7 bilhões (aproximadamente R$ 28 bilhões).
*A repórter viajou a convite da Federação de Futebol do Catar.