Muito abatido, Tite analisou a eliminação do Brasil da Copa do Mundo após a derrota por 2 a 1 para a Bélgica. Questionado sobre sua permanência no comando da Seleção Brasileira, o técnico afirmou que não teria condições de projetar seu futuro neste momento. Sobre a partida, disse que os adversários foram mais efetivos e que a atuação de Courtois foi determinante.
— O futebol tem muitas variáveis. Não fico de blá-blá-blá, mas tem de ser analisado de forma global: aspectos táticos, físicos, técnicos e emocionais. (Os belgas) São jogadores tarimbados, Lukaku, De Bruyne e Hazard, de altíssimo nível. Courtois estava iluminado, tirou a bola do Neymar de mão trocada. Não gosto de reputar sorte, o futebol tem o aleatório. Não gosto de falar em sorte. O outro lado teve competência. Courtois fez grandes defesas e a bola foi na trave quando ele não fez. Sorte é desprezar competência. A Bélgica teve competência e efetividade — comentou.
Sobre as lesões dos jogadores durante o período de disputa do Mundial, Tite afirmou que os problemas físicos não servem como justificativa para a eliminação da Seleção Brasileira para a Bélgica:
— O Neymar estava em franca evolução. Antes do jogo que fez o gol (contra a Costa Rica, na segunda rodada da fase de grupos), falei a ele que tinha retornado em plenitude. Conseguimos perceber. Voltou acima do que se imaginava. Em termos físicos, é muito bem dotado. O Fred teve uma pancada e não conseguiu se recuperar totalmente. Em termos gerais, a equipe voou. O físico não foi determinante para a derrota.
Tite também foi questionado sobre o legado deixado com o seu trabalho na Seleção Brasileira após a disputa da Copa do Mundo:
— Toda vez que um técnico desenvolve um trabalho em tempo maior, desenvolve um melhor trabalho. Não é só na Seleção. Nos clubes, também. Minha realidade foi assumir. Fiz de coração aberto. É o primeiro jogo oficial que perdemos, viramos contra o Uruguai com 70 mil torcedores (no Estádio Centenário, em Montevidéu). A ideia de futebol do Brasil ficou clara. Sabemos marcar alto, médio e baixo. Temos contra-ataque e ataque construído. Mostramos isso. Talvez seja a equipe com maior número de finalizações no gol. E uma das que menos sofreu finalização. Mas estamos fora. Estou aflorado. Não quero ser demagogo aqui. Sentimento de orgulho de trabalhar com esta comissão técnica. Talvez tenha faltado competência, mas dedicação plena não faltou. Orgulho do trabalho, sentimento de derrota, mas com o discernimento de conseguir avaliar. Não tenho condições de projetar nada.