A final da Copa do Mundo, que acontece neste domingo no Estádio Luzhniki, em Moscou, entre França e Croácia, às 12h (horário de Brasília), está servindo de pretexto para ídolos do esporte tentarem aproximar croatas e sérvios, povos de rivalidade banhada em sangue na região dos balcãs. Neste sábado, o capitão da seleção da Croácia e candidato a craque da Copa, Luka Modric, assinou mais um capítulo desta empreitada nada fácil.
Tudo começou quando o tenista sérvio Novak Djokovic publicou uma foto em seus redes sociais, ao lado dos jogadores da seleção da Croácia. Eles se encontraram nos Estados Unidos. Estavam todos abraçados. Junto da imagem, Djokovic revelou estar torcendo pela Croácia na final da Copa, afirmando que era preciso olhar para frente e esquecer disputas do passado.
Foi o que bastou para o tenista ser alvo de uma saraivada de críticas nas redes sociais, tanto de torcedores quanto de nomes ligados a política de seu país. Alguns chegaram a perguntar, chamando-o pelo apelido carinhoso (Djoko), como ele podia não apenas acreditar, mas inclusive torcer pelos croatas. O tenista, que disputa o tradicional Torneio de Wimbledon, na Inglaterra, preferiu não polemizar - mas não apagou a postagem de sua conta pessoal no Instagram.
– Djokovic é nosso amigo. Torço pela sua vitória Wimbledon, assim como ele está conosco aqui na Rússia. Que tenha sorte. Quero agradecer a ele pelo gesto –, afirmou Modric em sua entrevista na manhã deste sábado, em Moscou.
De 1918 a 1991, Croácia e Sérvia fizeram parte da extinta Iugoslávia, governado por um regime comunista. Hoje, entretanto, compartilham 241 quilômetros de fronteira comum. Milhares de descendentes sérvios vivem na Croácia, e vice-versa.
Durante a Guerra da Independência da Croácia, no começo dos anos 1990, os sérvios foram os maiores inimigos dos croatas. O resultado foi uma batalha sangrenta, com muitos mortos.
Os croatas pediram, na Corte Internacional de Haia, reparação financeira, sob alegação de genocídio (limpeza étnica). Os sérvios sustentam que os croatas teria feito o mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, em outro contexto, remetendo as motivações da rivalidade para um passado distante.