O futebol é recheado de histórias impressionantes e heróis improváveis. A trejétória de N'Golo Kanté não foge disso. Há 20 anos, na Copa do Mundo de 1998, o volante tinha sete anos de idade e recolhia lixo nas ruas para ajudar sua família. Em 2018, ele se consagra como um dos principais jogadores da França e levanta o título de campeão mundial.
Nascido em Paris e filho de imigrantes do Mali, Kanté é o mais velho de quatro irmãos e continua andando muitos quilômetros em campo para ajudar seus companheiros. Regular em todos os jogos da Copa, o jogador do Chelsea só caiu de rendimento na decisão, quando acabou substituído no segundo tempo.
Em sete jogos, foram 68,5 km percorridos, 324 passes certos (365 no total), 61 bolas recuperadas e apenas dois cartões amarelos, algo incomum para a posição. Kanté representa um jogo limpo e eficiente, mesmo que extremamente discreto em campo, além de um fôlego interminável.
Querido por todos os companheiros de seleção e de clube, Kanté tem uma trajetória interessante no futebol. Depois de perder o pai aos 11 anos, ele ingressou no futebol amador. Sua pouca altura, 1,68m, fizeram inúmeras portas se fecharem e geraram vários olhares de desconfiança. Sem muita visibilidade, ele se formou em contabilidade aos 18 anos e depois ainda estudou mais dois anos.
Felizmente para o esporte, Boulogne e Caen acreditaram em seu talento. Em 2015, o atleta foi parar no Leicester e sua história mudou definitivamente. Depois do título inglês surpreendente, Kanté foi para o Chelsea. Sua estreia na seleção foi em 2016.
Sem joias, roupas caras e cheio de humildade, N'Golo Kanté é o símbolo de uma França marcada pela imigração, que superou sua juventude e falta de experiência para levantar o segundo título da história.