Os gritos de Tite ecoaram no Estádio de São Petersburgo na tarde de chuva fina e frio que lembrava os dias de inverno em Porto Alegre. À beira do Mar Báltico e usando a arena de R$ 4,8 bilhões, a mais cara da Copa do Mundo, o técnico colocou a mão na massa e treinou, principalmente, a marcação alta sobre a defesa da Costa Rica e a movimentação dos atacantes.
A comissão técnica sabe que encontrará um paredão pela frente nesta sexta-feira (22), no jogo decisivo na hora do café da manhã dos brasileiros. A Costa Rica trocou de técnico (saiu o colombiano Jorge Luiz Pinto e entrou o local Óscar Ramírez), mas mantém o mesmo modelo tático de sucesso na Copa de 2014, quando caiu só nas quartas de final. O que significa isso? Que o advdersário desta sexta usa uma linha de cinco zagueiros a proteger Keylor Navas. No meio, são mais quatro jogadores e, isolado na frente, o centroavante Ureña.
A bola geralmente viaja da defesa para a cabeça de Ureña, e foi isso que Tite tratou de treinar. A ideia é impedir que os zagueiros tenham espaço e sossego para fazer o lançamento. Assim, no treino, Tite cobrava aos gritos a marcação sob pressão.
Depois, ele voou para o outro lado do gramado, onde havia estacas ocupando os lugares dos zagueiros costarriquenhos. A ideia é fazer com que os ágeis Neymar, Coutinho e Gabriel Jesus cavoquem espaços no paredão adversário. Quando o treino começava a embalar e ganhar mais ritmo, os voluntários da Fifa se aproximaram da tribuna e, de forma polida, avisaram:
- It’s over!
Todos descemos e não mais vimos. Mas é certo que Tite está preocupado com a bola aérea da Costa Rica. Ainda mais depois da falha de posicionamento no gol da Suíça, na estreia.