É do futebol que Setembrina Tomé, 57 anos, do Bairro Azenha, em Porto Alegre, tira o sustento da família há 25 anos. Mas engana-se quem imagina a senhora de sorriso largo entrando em campo e marcando gol. A intimidade que ela tem com a bola vem de uma atividade quase em extinção: ela a deixa redonda, costura e conserta.
Apesar da experiência na função, Setembrina, mais conhecida como Bina, surpreendeu-se ao ser apresentada à rainha da Copa 2014, nesta semana. Ao manusear a Brazuca, a bola oficial do Mundial, a artesã foi breve:
- Estou acostumada com as mais pesadas, de couro e costuradas. Esta parece uma pluma.
A nova bola não é costurada na máquina, como a Jabulani (da Copa da África do Sul). Tem os gomos unidos pelo calor - termosselados - e é impermeável. Outra novidade, a que mais despertou a atenção de Setembrina, é que a Brazuca apresenta pequenos relevos na superfície - criados pela fabricante, especialmente, para dar mais aderência.
O Povo na Copa
Setembrina ajeita, costura e conserta bolas de futebol em Porto Alegre
Artesã trabalha com bolas de couro em ateliê no Bairro Azenha
Mateus Bruxel
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project