Que cidade é essa? Seria Amsterdã, de tanto laranja? Seria Melbourne, pelo mar de amarelos? Não, é Porto Alegre, na ensolarada e quarta-feira de 18 de junho de 2014, o dia em que a Holanda dos astros Robben, Sneijder e Van Persie venceu a Austrália dos bravos e simpáticos cangurus.
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Se não vejamos: às 7h, a 12°C, centenas de australianos chegavam à sede da Banda da Saldanha, na Avenida Padre Cacique, um reduto de samba, com o velho propósito de assistir pelo telão a um jogo de rúgbi que acontecia àquele momento na Oceania, do outro lado do mundo, 14 horas de diferença. Mas a bateria da casa rufou os repiniques, as passistas dançaram e, é claro, não teve como os visitantes manterem o olho pregado na tela.
No centro da cidade, ao mesmo tempo, 2 mil holandeses lotavam o Largo Glênio Peres em uma aglomeração que lembrou o comício das Diretas nos anos 1980, agora com o propósito de fazer um "esquenta" para o jogo de uma Copa do Mundo. Ouvia-se ao lado do Mercado Público os estranhos gritos de "Hope, Holland, hope", e os grandalhões holandeses tomavam cerveja nos quiosques em que, em outros dias, o porto-alegrense se diverte ao final das tardes.
Quem imaginaria isso há um mês?
Só essas duas imagens já são bizarras demais para a cidade. Poderia-se acrecentar os bandos de laranjas passando sob o Viaduto Otávio Rocha, tomando conta da Borges de Medeiros num dia em que, em outro momento, estaria irritantemente engarrafado.
Também o deslocamento dos australianos, cerca de 14 mil deles, foi bastante ruidoso. Aos gritos de "Aussie", desceram pelo caminho que leva os turistas do centro ao Beira-Rio.
Nem vamos falar aqui da fauna e do show no estádio.
Porto Alegre não será mais a mesma - até a chegada dos argentinos.
Veja fotos:
Laranjas e amarelos
A Copa que tomou as ruas de Porto Alegre
No segundo dia de Copa na Capital,foi possível ver a exuberância do bando dos laranjas holandeses e dos amarelos australianos em uma grande fan fest que se tornou cada rua até o Beira-Rio
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