O diagnóstico é do pai, vindo direto de Montevidéu: a timidez atrapalha Maxi Rodríguez. Mário Rodríguez, ex-zagueiro do Montevideo Wanderers, time de onde veio o filho, conta que o perfil discreto vem desde a infância. Seria ela a responsável pelas oscilações do uruguaio e a demora na afirmação. Embora mostre talento, como no gol da vitória sobre o Botafogo.
A defasagem física, propagada por Renato em 2013, já foi vencida. Após igualar-se aos companheiros nesse quesito, o meia de 23 anos foi elogiado pelo preparador Fábio Mahseridjian na pré-temporada. Mas ainda falta desabrochar no campo e se firmar como titular no meio-campo de Enderson Moreira.
Mario Rodríguez, hoje um chefe de uma indústria têxtil, conhece futebol. Seu caçula, Gastón Rodríguez, é centroavante, na definição do pai, "o Barcos do Wanderers". Ontem enquanto atendia ao Diário Gaúcho, se preparava para assistir Palmeiras x Figueirense, pelo Brasileirão. Segundo o pai, Maxi precisa se soltar mais, embora tenha melhorado com o suporte dos estrangeiros Barcos e Riveros.
- Sempre foi assim, é um menino sensível e tímido. Conversamos sempre. Ele voltará para casa nas férias durante a Copa. Maxi terminou o ano com muitas expectativas, mas respeita as orientações e oportunidades que o técnico lhe dá. Como todo jogador, quer estar em campo.
Ao lado da noiva Joksy Dieppa, Maxi Rodríguez costuma passar o tempo de folga entre o cinema e os restaurantes no Shopping Iguatemi, vizinho do seu apartamento. Nas últimas semanas, quando até mesmo a permanência do meia no Grêmio passou a ser dúvida. O Botafogo, por uma indicação do técnico Vagner Mancini, manifestou interesse em levá-lo por empréstimo. Os investidores que bancaram sua vinda queriam vê-lo em campo. Foi justamente contra o clube carioca que Maxi voltou a ser o jogador vibrante e decisivo de 2013. Jogou pouco mais de 14 minutos e fez o gol do 2 a 1. Não pensa em sair do Grêmio, garante o pai, ao ser perguntado sobre o interesse de outros clubes.
- Ele realmente quer se firmar no Grêmio - diz Mário.
Contratado no ano passado como promessa do futebol uruguaio, o meia começou 2014 como titular e uma das grandes esperanças do time. Depois de grande atuação na estreia dos profissionais (4 a 0 sobre o Aimoré, dia 26 de janeiro), tudo levava a crer que seria um dos esteios do time. Só que sua vida de titular só duas semanas. Virou reserva, se acanhou e viu a timidez atropelá-lo. O que, pede o pai desde o Uruguai, não pode se repetir agora.
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Pai diz que timidez atrapalha Maxi Rodríguez no Grêmio
Apesar do interesse de outros clubes, Mário garante desejo do filho de permanecer em Porto Alegre
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