A Stock Car volta às pistas neste final de semana para a rodada dupla no Velo Città, na sétima das 12 etapas da temporada. Neste sábado (17), às 12h15min, será definido o grid. No domingo (18), as provas têm largada marcada para 11h e 11h55min, com transmissão do SporTV2. As provas marcam o começo da segunda metade do campeonato — e quem chega na liderança é o gaúcho Cesar Ramos.
O piloto da Ipiranga Racing tem 146 pontos, 14 a mais do que o vice-líder Ricardo Zonta. Ramos vive uma verdadeira volta por cima: ele estava sem equipe para a temporada depois de três temporada com a Blau, mas ganhou uma chance de última hora por um dos times mais competitivos da categoria, comandado pelo experiente Andreas Mattheis.
A princípio, o gaúcho seria substituto de Bia Figueiredo por nove das 12 etapas. Com o adiamento das primeiras provas por conta da pandemia, parecia que ele teria menos tempo para mostrar serviço. Mas, no período de paralisação, a Ipiranga rescindiu com a pilota.
Era a chance de ouro, e Cesar tem aproveitado bem. O desempenho constante é sua marca: largou na pole-position em duas provas, subiu ao pódio duas vezes e ficou entre os 10 mais rápidos em oito das 10 baterias disputadas nas seis rodadas anteriores.
O piloto de Novo Hamburgo é o primeiro gaúcho da história da Stock Car a liderar o campeonato. Ainda falta a primeira vitória, algo que não o preocupa. Ele próprio admite que, a partir de agora, a meta é somar os pontos possíveis em cada prova para seguir na ponta — e, quem sabe, garantir um título que parecia sonho no início do ano. Confira a conversa de GZH com Cesar Ramos antes da etapa do Velo Città.
De "sem equipe" para líder depois de metade do campeonato disputado. Que ano maluco, hein?
É muito maluco. Honestamente, eu não podia imaginar esses resultados. Vinha de um ano muito ruim, e seria muito ambicioso pensar que disputaria o título. Eu não tinha um bom carro, por isso não dava para sonhar. Quando veio o convite do Andreas, deletei o que houve no passado. Vim para uma equipe com condições de brigar por vitórias. É preciso separar as coisas: com um carro bom, a gente corre de um jeito diferente, com a cabeça. Andamos no limite, a confiança sobe, a performance melhora. O cara tenta entregar o que o carro pode dar. Eu pensava em terminar no top-6 se o ano fosse muito bom, mas agora isso mudou. Estou andando bem, consistente.
Essa consistência sempre foi uma marca tua, desde a F-3 Italiana (em que foi campeão em 2010) e até mesmo nos anos anteriores na Stock. Com um carro competitivo na mão, aschas que isso pode fazer a diferença?
O pensamento é a longo prazo. Entrei pensando em fazer pontos, porque seria apenas o substituto da Bia. Queria deixar uma imagem boa para as nove etapas, ajudar a equipe brigar pelo título, que eles pensassem "o Cesar ajudou". Fui crescendo, crescendo, e agora estou em uma posição que nunca havia tido na Stock, mas na Europa, sim. É uma pressão boa, positiva.
Nas temporadas anteriores, tuas duas equipes eram recém-chegadas à Stock. Agora, estás em uma potência, acostumada a vencer e a brigar por títulos. Qual a diferença?
O histórico, o banco de dados de muitos e muitos anos… o Andreas é um gênio. Quando alguém traz uma informação, ele sabe o que fazer, não precisa perder tempo. Sabe o que funciona. Mesmo com o carro novo: tem coisa que ainda não foi bem ajustada, mas se resolve. As equipes novas não têm isso, esses dados. É muito na tentativa e erro. Aqui, depois de todas as etapas, o carro é desmontado, tudo é verificado. O mais feliz para mim é estar pronto para a oportunidade. Eu não estava no melhor momento da carreira, mas consegui girar isso e aproveitar a equipe, os métodos de trabalho diferentes. Estamos só no começo de um trabalho que tem muito para crescer. Tem mais para vir.
Te cobras pela primeira vitória?
Tenho vontade pra c*** de vencer. Mas agora, se tiver de escolher entre vitória ou título sem vencer nenhuma prova, escolho o título. Isso é uma cobrança mais de fora. Claro que, se rolar uma chance, uma estratégia para isso, eu vou atrás. Mas a estratégia da equipe, pelas mudanças no regulamento, com descarte de pontos e lastro para os primeiros colocados, é de brigar pelo título. A questão é seguir em busca de pontos, e depois pensar em algo a mais.
A mudança de carro, com equipamento todo novo e a presença da Toyota — inclusive na tua equipe —, ajuda?
Não são todas as duplas que têm a sinergia que o Thiago Camilo e eu temos. Andamos com estilos parecidos, e isso ajuda a equipe. Sempre disse que as equipes que eram boas no ano passado seguiriam na frente, pois carro de corrida é carro de corrida. As grandes têm poder de reação: logo veem o que está errado e conseguem mudar. A Toyota decidiu patrocinar times muito fortes, que sempre andaram na frente. Tem mérito da montadora, mas eles escolheram a dedo para isso.
Stock Car, etapa do Velo Città
Sábado (17)
12h15min — Treino de classificação (SporTV2)
Domingo (18)
11h — Corrida 1 (SporTV2)
11h55min — Corrida 2 (SporTV2)