Não houve nenhuma surpresa com o anúncio da Williams desta quinta-feira, confirmando Lance Stroll como seu novo piloto para 2017. Aos 18 anos, o canadense vinha sendo cotado há meses com a missão de substituir Felipe Massa na próxima temporada, trabalhando ao lado do (agora experiente) Valtteri Bottas na tentativa de levar a escuderia inglesa aos bons momentos vividos em 2014 e 2015.
A ideia da Williams é repetir, com Stroll, o que a Red Bull conseguiu com Max Verstappen: buscar um jovem promissor que ajude a equipe nos próximos anos, conseguindo bons resultados. O problema dos ingleses é que Stroll está longe de ser um Verstappen. O canadense não tem grandes resultados na carreira – o título da Fórmula-3 Europeia, em um grid esvaziado, diz muito mais sobre a situação atual da categoria do que algum mérito do piloto.
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Stroll teve uma passagem pelo Programa de Desenvolvimento de Pilotos da Ferrari, em 2015, mas decidiu trocar a Itália pela Inglaterra. A Ferrari não fez força para ficar com o canadense, e para ele a troca foi boa: caso seguisse sob o guarda-chuva italiano, provavelmente teria de estrear por Sauber ou Haas, equipes que contam com o apoio dos ferraristas. Na Williams, terá a chance de estrear de cara em uma escuderia estabelecida.
E também há a questão do dinheiro. Stroll tem muita grana para investir na sua nova casa: seu pai, Lawrence Stroll, é dono de uma fortuna estimada em 7,7 bilhões de dólares (cerca de R$ 25 bilhões), o que o colocou na lista da Forbes como o 722º homem mais rico do mundo. Investidor no mercado da moda, responsável por levar marcas como Ralph Lauren e Pierre Cardin ao Canadá – além de desenvolver a marca global da Tommy Hilfiger –, Stroll pai sempre gostou de automobilismo e nunca se furtou a ajudar o filho.
Aí vem a grande mudança no status da Williams. Com Massa e Bottas, a tradicional escuderia sinalizava sua intenção de buscar grandes pilotos, independente dos seus patrocinadores, para conseguir bons resultados. Agora, cabe a Bottas cuidar do aspecto esportivo – e Stroll terá de aprender rápido os macetes da Fórmula-1. Em um ano de grandes mudanças na categoria, com novos pneus e motores, o canadense não terá tempo para errar, ou corre o risco de ter espaço apenas pelo seu bolso, e não pela sua velocidade.
*ZHESPORTES