Os primeiros testes de pré-temporada da Fórmula 1 começaram nesta segunda-feira, com o alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, cravando o melhor tempo do dia, enquanto o atual bicampeão Lewis Hamilton, da Mercedes, foi quem mais rodou no circuito de Montmeló, perto de Barcelona.
Com sua nova SF16-H, Vettel completou a melhor volta na sessão da manhã, em 1:24.939, cerca de meio segundo mais rápido que Hamilton. O britânico, porém, teve tempo de sobra para testar sua Mercedes W07 Hybrid, com 156 voltas, mais do dobro do alemão (69) e 721 quilômetros rodados.
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– Eu teria gostado de completar mais voltas –, lamentou Vettel, que foi tetracampeão mundial de 2010 a 2013, e terminou na terceira posição do Mundial de pilotos no ano passado. – O mais importante é estar na frente daqui a um mês –, resumiu o piloto de 28 anos, referindo-se à estreia da temporada, marcada para o dia 20 de março, com o GP da Austrália, em Melbourne.
Para seu grande retorno à categoria, a Renault apostou num estreante, o britânico Jolyon Palmer, campeão da GP2 em 2014, para dar as primeiras voltas com a nova R16. O resultado não foi nada animador para a montadora francesa, que ficou com o pior tempo do dia, e ainda tem muito trabalho pela frente para ser competitiva. Com o mesmo motor Renault, construído oficialmente pela Tag-Heuer, o australiano Daniel Ricciardo, contudo, conseguiu um bom desempenho, ao obter o terceiro melhor 1:26.044, com 86 voltas rodadas.
Os testes continuam até quinta-feira, mas a terça também promete ser animada nos bastidores. Longe de Barcelona, em Genebra, os dirigentes da F1 se reúnem para tentar chegar a um acordo sobre o regulamento da temporada 2017. O clima promete ser pesado, depois das declarações polêmicas do chefão da categoria, o sempre polêmico Bernie Ecclestone, que soltou o verbo em entrevista ao Daily Mail.
– Não pagaria para levar minha família a um Grande Prêmio –, disparou o gerente da Formula One Management (FOM), detentora dos direitos de transmissão da modalidade.
Ecclestone argumenta que a F1 "nunca esteve numa situação tão ruim", entre outros motivos por causa da hegemonia da Mercedes, que abocanhou os dois últimos títulos de pilotos e construtores, vencendo 32 das 38 corridas disputadas desde 2014.
– Todo mundo tem sua opinião, mas realmente queremos melhorar o nosso esporte, deixá-lo mais emocionante. Os pilotos gostariam de ter carros mais rápidos –, opinou Eric Boullier, diretor de competições da McLaren.
Entre as inovações a serem discutidas, a possibilidade de ter carros com cockpit fechado, para melhorar a segurança, e a ideia de ter grid de largada invertido, com os menos rápidos saindo na frente, para melhorar o espetáculo. Outro ponto-chave é a questão do custo dos motores, que vem gerando um embate entre as principais escuderias e as equipes menores.
– O maior perigo é que escuderias priorizem apenas o interesse particular, ao invés do interesse do esporte em geral –, avisou Adrian Newey, da Red Bull, que, ao contrário da Ferrari e da Mercedes, não fabrica os próprios motores, e teve dificuldade nas negociações para conseguir o equipamento para essa temporada.
*AFP