Um dia após o anúncio do Ministério da Educação (MEC), que destinou R$ 2,44 bilhões para ser rateado entre universidades e institutos federais, a UFRGS projeta atualizar sua estrutura, com atenção especial a laboratórios e prédios com obras paralisadas. O plano foi revelado na manhã desta quinta-feira (20), pelo reitor da instituição, Carlos André Bulhões.
Ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o gestor citou a reforma do edifício da Escola de Engenharia, no centro de Porto Alegre, como um dos pontos que necessita de intervenção urgente:
— Temos um passivo de obras de mais de uma década, em vários prédios espalhados pelo campus do Vale e no campus Centro. A Engenharia nova está com a fachada inacabada desde 2011, e é uma necessidade concluir para não degradar a estrutura predial, por exemplo.
O montante do valor do MEC destinado à UFRGS ainda não foi revelado, porém já é considerado “um alento” pela coordenação. Segundo o reitor, a universidade gasta, por ano, próximo de R$ 2 bilhões para pagar as contas da universidade, incluindo aí servidores, ativos e inativos. Deste total, 10% é destinado a manutenção e melhorias, mas o valor foi reduzido na Lei Orçamentária Anual, alcançando a menor cifra em uma década, reclama o administrador.
— Em 2017, esses 10% foram cerca de R$ 197 milhões. Se eu trouxesse isso para o dia de hoje, corrigido pelo IPCA, deveríamos ter orçamento em torno de R$ 260 milhões. Hoje, antes desse anúncio, o orçamento traz R$ 130 milhões, metade do que deveria ser. Um aperto não só na UFRGS, como em todas as instituições federais brasileiras.
Além de pintura e troca de itens estruturais como portas, janelas e mobiliário, a universidade deve investir em equipamentos nos 800 laboratórios de pesquisa espalhados pela cidade. O detalhe desses projetos ainda não foi divulgado.
Uma rede de alta velocidade de internet, utilizada nos anos de combate ao coronavírus, deve ser estendida, uma obra estimada em pelo menos R$ 30 milhões. O objetivo é espalhar o sinal a colégios e instituições de saúde do Estado.
— Durante a pandemia, a UFRGS foi o motorista, vamos chamar assim, da rede nacional de pesquisas. Essa é uma rede de altíssima velocidade de internet. Temos um projeto de espalhar essa rede pelo Rio Grande do Sul para ligar quase 1,6 mil escolas públicas e 66 hospitais públicos. A um custo baixíssimo para o benefício, a UFRGS servindo a sociedade — define o reitor.