A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) vai receber um caça AMX A-1 e um EMB-110, conhecido como Bandeirante, da Força Aérea Brasileira (FAB) para uso dos estudantes. Os alunos, sobretudo os das Engenharias Aeroespacial e de Telecomunicações, poderão desmontar, montar e entender o funcionamento dos aviões.
Nesse momento, é feito um hangar para abrigar todas essas doações na UFSM. Com um custo estimado de R$ 2,6 milhões, a construção do hangar começou em janeiro. Como isso, a expectativa é que outros cursos também aproveitem o espaço para aulas, além de atividades de pesquisa e extensão que podem acontecer no local.
O prédio terá aproximadamente 40 metros de comprimento por 25 metros de largura, e altura de seis metros. Ele terá uma porta de 20 metros de comprimento para que os aviões possam entrar e sair sem remover as asas.
A universidade também solicitou para a FAB algumas toneladas de peças e partes de aviões que tiveram como destino o descarte no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo. Esse pedido inclui a doação de motores, asas, empenagens, trens de pouso, instrumentos de cabine, caixas-pretas, antenas, sensores, radares, computadores de bordo, transpônderes e sistemas de navegação, controle e freio, entre várias outras peças. Além das aeronaves, ele também abrigará equipamentos e terá sala de aula, banheiros, oficina e um túnel de vento.
Os aviões
Embora sejam aeronaves com características bastante distintas uma da outra, tanto o AMX A-1 quanto o Bandeirante são aviões históricos da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). O primeiro é fruto de um projeto de cooperação com as empresas italianas Aeritalia e Aermacchi, tendo voado pela primeira vez em 1984. Com velocidade máxima estimada em 1.030 km/h, é um caça destinado ao combate aéreo, ataque ao solo e reconhecimento. No caso da aeronave doada para a UFSM, a sua matrícula na FAB é 5655.
Também conhecido pela sigla EMB-110, o Bandeirante é um dos aviões mais importantes da história da aviação brasileira, por ser a primeira aeronave fabricada pela Embraer. O projeto deste avião bimotor turboélice começou antes mesmo da criação da Embraer, que foi fundada em 1969. O voo inaugural foi em 1972, e a primeira entrega de Bandeirantes para a FAB foi no ano seguinte. Até 1991, quando a Embraer encerrou a sua fabricação, foram produzidos 498 aviões Bandeirantes, em diferentes versões, vendidas para vários países, para uso tanto civil como militar. Estima-se que a sua velocidade máxima seja de pouco mais de 400 km/h.
A doação pela FAB ocorreu porque as aeronaves, hoje em dia, já não são consideradas seguras para o uso. Além dos aviões, a instituição também vai receber motores, asas e fuselagens.