A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) retomou parte das bolsas de pesquisas bloqueadas no Rio Grande do Sul. São 161 vagas em programas de mestrado e de doutorado que voltam a ser disponibilizadas no sistema, segundo a fundação ligada ao Ministério da Educação (MEC). O número representa 67% das bolsas canceladas pelo governo federal em instituições do Estado na semana passada.
Levantamento de GaúchaZH contabilizou 237 vagas afetadas pela suspensão do MEC. Agora, o número caiu para 76. Questionada pela reportagem, a Capes não informou, até a publicação da reportagem, o número total de bolsas que foram bloqueadas no Estado na semana passada.
As bolsas liberadas correspondem aos programas de pós-graduação, mestrado e doutorado com notas 6 e 7 – as mais elevadas – no sistema de avaliação da Capes. Os cursos com nota inferior não obtiveram liberação.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foram 125 benefícios liberados, segundo a Capes. A estimativa inicial da instituição era do bloqueio de 133 vagas. No entanto, pelo menos 66 seguem indisponíveis, conforme a universidade.
Na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), 21 das 35 voltaram a aparecer no sistema. Na região central do Estado, quatro auxílios para pesquisa na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foram liberados, mas 23 seguem bloqueados. Já na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), apenas duas das 19 canceladas foram retomadas pela Capes.
Nas instituições privadas, apenas a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) teve bolsas retomadas. Das 13 bloqueadas, nove foram liberadas.
O corte de bolsas de pesquisa determinado pelo governo Jair Bolsonaro atingiu, inicialmente, 3.474 benefícios em todo país — 3,8% do total de bolsas vigentes na pesquisa financiadas pelo MEC. Com a retomada de 1.223 vagas, seguem bloqueadas 2.251.
Com os desbloqueios das bolsas de programa 6 e 7 e de doutorandos do exterior, o número de benefícios congelados vai baixar para algo em torno de 3,5 mil, segundo a Capes. O presidente, Anderson Correia, afirma que as ações poderão ser revertidas caso haja descontingenciamento em função da melhoria da economia do País.