Os servidores técnico-administrativos do Centro Universitário IPA, ligado à Rede Metodista de Educação, entraram em greve nesta segunda-feira (1º). Os funcionários da instituição de Ensino Superior alegam que estão sem receber os salários desde fevereiro.
Durante a manhã e o início da tarde, alguns servidores colocaram faixas em frente à unidade central do IPA, na Capital, onde se concentraram. A greve atinge diversas áreas administrativas: conforme relatos, desde a vigilância até manutenção e serviços gerais. As aulas, no entanto, não estão sendo afetadas.
Trabalhando há 15 anos no IPA, a funcionária Claudia Rolla afirmou que nunca passou por situação semelhante:
— Já ocorreram atrasos, mas não dessa forma. O mês de fevereiro ia ser pago em 20 de março. Recebemos comunicados e, agora, está previsto para 8 de abril. A gente está pegando empréstimo, mas não está fácil.
Representante da comissão de funcionários do IPA, Eduardo Michel Monteiro da Silveira destacou que, há pelo menos dois anos, os pagamentos têm sido feitos com atrasos.
— Tem gente que não está conseguindo empréstimo. Estamos aguardando o IPA. Quitando o salário, a gente retorna. Também queremos um procedimento mais transparente — disse.
Diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Administração Escolar (Sintae-RS), Pedro Goettems afirma que a paralisação é fruto de vários meses de frustração com atraso de salários e falta de pagamento de benefícios trabalhistas a funcionários demitidos. Conforme Goettems, ainda há muitos ex-funcionários aguardando que a homologação das demissões seja efetivada.
— O último salário em dia que os trabalhadores receberam foi o de janeiro. Chegou o momento de o trabalhador saturado das promessas do empregador demonstrar sua insatisfação — afirma o diretor do sindicato.
Em fevereiro, professores do IPA também entraram em greve porque, segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), não haviam recebido os 30 dias de férias e parte do salário de janeiro. Problemas com pagamentos têm se estendido na unidade desde o ano passado: em abril e maio de 2018, os docentes também decidiram pela paralisação, em razão do atraso no pagamento de salários.
Está prevista para quarta-feira (3), às 14h, uma assembleia em que será definido se os funcionários do Colégio Americano, também da Rede Metodista, vão aderir à greve. Em meados de março, professores da escola consideraram a possibilidade de paralisarem suas atividades, mas o pagamento dos salários que estavam atrasados levaram à decisão de seguir o trabalho sem interrupções.
A reportagem entrou em contato com a reitoria do IPA e aguarda retorno. A Rede Metodista ainda não respondeu aos questionamentos encaminhados por e-mail pela reportagem.