A estudante Mariana Bigolin Groff, 17 anos, terá uma missão importante para desempenhar este ano. Ex-aluna da Escola Estadual Cardeal Roncalli, de Frederico Westphalen, ela integra a equipe feminina que representará o Brasil no 8ª European Girls Mathematical Olympiad. A competição de matemática será realizada entre os dias 7 e 13 de abril, em Kiev, na Ucrânia.
— Eu estou muito ansiosa. Vai ser em um país bem diferente, comparado com as edições anteriores, e acho que a experiência vai ser interessante — afirmou a estudante, que concluiu o Ensino Médio em 2018.
Essa não é a primeira vez que Mariana representa o Brasil em competições de matemática. Em 2017, ela esteve em Zurique, na Suíça, onde conquistou a medalha de bronze. No ano passado, viajou a Florença, na Itália, e faturou a prata.
Além dela, outras três estudantes brasileiras estarão na equipe que desembarcará na capital ucraniana — todas acompanhadas por duas professoras selecionadas pela Comissão da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). A competição conta com a participação de representantes de 50 países.
As quatro integrantes da equipe foram selecionadas para a competição internacional por conta do bom desempenho na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM).
Mariana já ganhou 28 medalhas nacionais e cinco internacionais em competições. Além do hexacampeonato na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), a jovem acumula ainda medalhas nas áreas de física, astronomia, química e informática.
Atualmente, Mariana mora em Fortaleza, no Ceará, após conquistar uma vaga em uma escola preparatória para esse tipo de competições. Com o Ensino Médio concluído, agora ela planeja aproveitar os estudos para focar nas competições.
– Vou tirar este ano para me preparar ainda mais para a próxima olimpíada. Ano que vem, planejo tentar alguma vaga em uma universidade do exterior, mas ainda não sei em qual curso – afirmou. — Talvez seja na área das exatas mesmo — emendou, rindo, ao comentar sobre a desenvoltura com os números.
Exemplo para outras meninas
Mariana estava no 7° ano do Ensino Fundamental quando realizou pela primeira vez a OBMEP. Segundo ela, o incentivo veio por meio dos professores da escola estadual onde estudava em Frederico Westphalen.
— Eu até ia bem em matemática, mas nunca tinha ido atrás de mais conhecimento. Quando eu passei para segunda fase, acabei gostando e fui buscar mais questões. Tudo passou a ser baseado na lógica e não na "decoreba" — explicou.
Nara Bigolin, mãe da estudante, acredita que o desempenho da filha faz com que ela sirva de exemplo para meninas que ainda têm receio em seguir na área das exatas ou das ciências da natureza.
— Como mãe, me preocupo mais com a viagem do que com o resultado. O maior mérito, é ver a Mariana desbravando uma área que, até pouco tempo, era dominada por homens. É ver minha filha sendo um modelo para outras meninas — enfatiza.
Apesar da matemática não ser muito popular entre os estudantes, Mariana deu uma dica:
— A melhor maneira de gostar é ver esse outro lado da matemática. Aquele lado que instiga os outros a sempre querer saber mais.