Pelo menos 155 escolas e creches gaúchas seguem apenas no papel. Mesmo com o prazo de entrega já superado, as obras estão atrasadas, paralisadas ou, até mesmo, nem foram iniciadas. Os dados são da Transparência Brasil, entidade sem fins lucrativos, que divulgou o levantamento inédito nesta semana. De acordo com o relatório, das mais de 14 mil obras previstas pelo governo federal na última década, 5,4 mil ainda têm entrega pendente. Neste grupo, a entidade encontrou evidências de problemas em 3,2 mil obras — o que representa 59% das pendentes.
No Rio Grande do Sul, são 155 obras com algum problema. Destas, 146 são municipais e receberam, juntas, R$ 94,2 milhões do governo federal por meio do Programa de Ações Articuladas (PAR) e do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância).
Entre os municípios com mais obras sinalizadas estão Porto Alegre, com 14; Santa Maria, com sete; Rio Grande, com seis; Gravataí, com cinco; e Canoas, com três. Mesmo com tais problemas, essas obras já consumiram grande parcela de dinheiro público. Só esses cinco municípios receberam R$ 24.524.724 para essas escolas e creches.
No total, a Transparência Brasil contabiliza que foram repassados R$ 129 milhões para obras que sequer foram iniciadas, R$ 1 bilhão para obras que estão paralisadas e outros R$ 660 milhões para obras que estão em andamento mas que, pelo cronograma, já deveriam ter sido concluídas.
Para cobrar os governos locais, a entidade enviou alertas a 1.552 prefeituras e a 25 governos estaduais, cobrando explicações quanto a essas mais de 3 mil obras nas quais foram identificados problemas.