O segundo domingo do Enem, dedicado à Matemática e às Ciências da Natureza, valorizou o raciocínio e a interpretação de texto, deixando em segundo plano os cálculos e a decoreba, na avaliação de professores do Unificado. De maneira geral, eles consideraram as provas adequadas, com avanços em relação a edições anteriores.
O professor Tiago Tamanini observa que foi a primeira vez que a prova de Química teve essa característica.
— Foi uma prova pouco algébrica. Havia só duas questões com cálculo, quando o normal são quatro ou cinco. Beneficiou o aluno com capacidade de interpretação e que lê bastante, que acompanha notícias científicas — observou.
Na Física, que em anos anteriores vinha apresentando questões complexas, com muito cálculo, houve um ajuste, segundo o professor Mauro Morel. Ele considerou que os conteúdos estavam bem distribuídos (caiu mecânica, ondas, magnetismo e circuitos, para citar alguns tópicos) e que foi fácil identificar qual área da disciplina era abordada em cada pergunta, direcionando o raciocínio do aluno.
— Foi uma prova melhor do que vinha sendo. Seguiu a filosofia do Enem de valorizar a compreensão, acima das fórmulas e contas.
Em Biologia, a área de ecologia, que costumava dominar em anos anteriores, cedeu algum espaço para outros assuntos, como fisiologia, zoologia e citologia, o que deixou a prova mais equilibrada, de acordo com o professor Zé Rucker. Também foi uma prova que puxou pelo raciocínio:
— A dificuldade estava na interpretação. Não eram questões complexas, mas exigiam atenção.
No caso da Matemática, o professor Bruno Baltazar elogiou os enunciados mais curtos do que o habitual, mas chamou a atenção para algumas "pegadinhas" que poderiam induzir ao erro. Ele destaca uma questão em que o enunciado não fornecia uma informação importante, que estava apenas na ilustração, algo que não costuma acontecer:
— A prova cobriu bastante conteúdo, com muita matemática básica e geometria. Exigiu poucos cálculos extensos, uma vantagem em relação ao passado. Pedia muito mais raciocínio do que fazer contas.