Comum em grandes empresas, como IBM e Braskem, o conceito de inovação aberta chegou ao meio acadêmico no Rio Grande do Sul. A Universidade Feevale, de Novo Hamburgo, lançará, na noite de quarta-feira (9), um programa para incentivar alunos e empreendedores a criarem soluções para problemas reais da instituição de ensino e da comunidade. As melhores ideias para os temas propostos, como a necessidade de indicar vagas de estacionamento no campus, receberão dinheiro para colocar os projetos em prática.
O pró-reitor de Inovação da Feevale, Cleber Prodanov, diz que o objetivo é despertar o empreendedorismo e a inovação entre os estudantes, criando soluções que possam ser replicadas em maior escala. O problema de estacionamento, por exemplo, poderia resultar em um aplicativo para ser utilizado em grandes cidades.
– Poderemos ter um celeiro para startups dentro da universidade – afirma.
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A partir da noite de quarta-feira, o site da iniciativa estará disponível com o primeiro desafio: criar uma ferramenta para gerenciar o próprio programa de inovação aberta. Alunos, ex-alunos e empreendedores que trabalham no parque tecnológico da universidade poderão inscrever projetos. O melhor deles vai receber R$ 80 mil para colocar a ferramenta em operação.
Segundo o pró-reitor, os próximos desafios serão focados em problemas reais que a universidade precisa resolver, como a dificuldade para estacionamento e a otimização do uso da água e da energia elétrica.
– Poderíamos simplesmente buscar empresas para resolver esses desafios do nosso dia a dia. Mas vamos procurar os alunos para que, ao solucionar os problemas, transformem isso em negócio.
Desde a década passada, grandes empresas têm utilizado o conceito de inovação aberta para buscar parcerias para a resolução de problemas, que vão desde a produção industrial até o marketing. Consultor em gestão da inovação, Felipe Ost Scherer afirma que, embora disseminada no mundo empresarial, a temática ainda tem pouco espaço dentro das instituições de ensino.
– A universidade reúne duas características principais: o conhecimento internalizado e o potencial criativo dos seus alunos. A inovação aberta cai como uma luva porque conecta essas duas matérias primas, trazendo um potencial enorme de resultado.
O programa será lançado às 20h desta quarta-feira, no Teatro da Feevale, em Novo Hamburgo.
Como vai funcionar:
- A Feevale vai divulgar, ao longo do ano, desafios que precisam ser resolvidos, como alertas sobre vagas de estacionamento, eficiência no uso de água e energia elétrica.
- Alunos, ex-alunos e empreendedores ligados ao parque tecnológico poderão se reunir para apresentar projetos. Não é necessário ter uma empresa formalizada para participar.
- O melhor projeto receberá investimento para colocar a ideia em prática.
- No primeiro projeto, a Feevale vai destinar R$ 80 mil para a criação da plataforma de gestão da inovação aberta.