Candidatos que forem aprovados no vestibular da Unisinos em novembro já poderão se matricular para estudar no novo campus de Porto Alegre, na Avenida Nilo Peçanha. O complexo deve ser concluído no próximo mês e tem data para entrar em atividade: 20 de março, com o início das aulas.
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– Queremos fazer parte de um ecossistema que já é forte em Porto Alegre, reconhecida por grandes instituições de Ensino Superior, e agregar valor à excelência acadêmica – diz o diretor de graduação, Gustavo Borba.
O campus Porto Alegre deve seguir no ritmo da Escola Criativa, que atualmente funciona atrás do Colégio Anchieta, com foco em inovação e cultura. Os conceitos foram trabalhados no próprio projeto arquitetônico: parte do complexo conta com telhados verdes para otimizar o consumo de energia e um teatro de 600 lugares. As salas terão paredes "riscáveis" para facilitar que os alunos participem mais ativamente das aulas.
– A ideia é ter um campus inovador, com aulas inovadoras, em que o professor esteja mediando, não apenas entregando conteúdo – conta o diretor da graduação.
Passarela ligará o complexo ao Anchieta
Inicialmente, o local, na quadra entre a Nilo e as ruas Alvarenga, Barão do Rio Grande e Tomaz Gonzaga, terá mais de 30 cursos e capacidade para 8 mil alunos. Além de graduações voltadas à indústria criativa, haverá opções nas áreas de saúde, economia e administração. A pós-graduação começará com o mestrado acadêmico em Design e três profissionais em Educação, Gestão e Enfermagem.
Uma passarela fará a ligação entre o novo campus e prédio atrás do Anchieta, que deverá abrigar apenas laboratórios. A estrutura poderá ser utilizada também por não alunos para cruzar a Nilo Peçanha. Haverá também o Espaço Unisinos, com 36 operações, entre serviços, restaurantes e conveniências abertos a quem é de fora.
O investimento na obra ultrapassa R$ 200 milhões, custeados pela Associação Antônio Vieira, mantenedora da universidade. Segundo o diretor de Negócios e Relações Internacionais, Cristiano Richter, a Unisinos não foi afetada pelos atrasos no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O número de alunos que dependem do benefício fica em torno de 15%.
A crise geral, por outro lado, bateu à porta. Para garantir a implantação do campus com tranquilidade, a Unisinos reagiu ao abalo econômico reestruturando o quadro de funcionários.
Trânsito será alterado para minimizar impactos na região
Emergindo em uma região já castigada pelo trânsito intenso, a Unisinos terá de fazer adaptações viárias para minimizar o impacto no entorno do campus. Boa parte delas será entregue assim que o prédio estiver finalizado. Duas alças de acesso no cruzamento com a Tomaz Gonzaga e a ciclovia que deve passar em frente à universidade devem levar mais tempo.
– Todas as obras de contrapartida vêm de estudos técnicos sobre demandas e impactos que o campus vai ocasionar. O trânsito nessa região já teve melhora sensível com medidas de sinalização que implantamos – avalia o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari.
As mudanças nos arredores da Unisinos preveem alargamento de um trecho da Nilo Peçanha e da Tomaz Gonzaga e ampliação da sinalização adaptativa (que monitora o fluxo e altera os tempos semafóricos de forma automática). Atualmente, existe à altura do cruzamento com a Rua Marechal Andrea e deve seguir até a Tomaz Gonzaga.
No sentido Centro-bairro, uma espécie de recuo deve alargar a Nilo no trecho em frente ao Colégio Anchieta para facilitar o embarque e desembarque. A entrada principal para o estacionamento de quatro pavimentos, com cerca de mil vagas, será pela Rua Barão do Rio Grande.
Apesar disso, obras importantes não devem estar prontas até o início das aulas. As duas alças de acesso no cruzamento com a Tomaz Gonzaga dependem de desapropriações. O prolongamento da Rua Anita Garibaldi, considerado estratégico para desafogar o trânsito da região, não tem sequer previsão de início. O projeto, dividido em dois trechos, está atrelado a obras de expansão de empreendimentos que ainda não saíram do papel.
– Impacto terá, mas o que foi planejado é para trazer melhoras na fluidez, na circulação de pedestres e na segurança de trânsito – avalia Cappellari.
A ciclovia nos dois sentidos em frente à universidade dependerá do avanço do Plano Diretor Cicloviário para existir de fato. Segundo técnicos da EPTC, o trecho só receberá sinalização quando forem executados os trechos que partem da Avenida Nilópolis e aquele que conectará a Unisinos ao Iguatemi.