O número de brasileiros ingressando no Ensino Superior apresentou, no ano passado, a maior queda desde 2009: foram 2,9 milhões de novas matrículas, 6,1% a menos em relação a 2014, quando mais de 3 milhões deram início aos estudos. O percentual representa mais de 190 mil alunos. Os dados são do Censo da Educação Superior, divulgado na manhã desta quinta-feira.
Na rede privada, a queda foi de 6,9%. A rede pública recebeu 2,6% menos calouros em 2015. O encolhimento mais significativo antes disso havia ocorrido em 2009, ano em que as instituições de ensino superior no Brasil matricularam por volta de 11% menos estreantes que em 2008 – no ensino privado, a queda fora de cerca de 9%.
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A queda dos ingressos em instituições de Ensino Superior se refletiu também no número total de matrículas realizadas em 2015. Se entre 2005 e 2015, as matrículas cresceram 75,7%, de 2014 para 2015 houve uma desaceleração do crescimento: apenas 2,5% a mais de alunos matriculados. Nesse caso, porém, a situação da rede privada é melhor: foram 3,5% a mais de inscrições no período, enquanto na rede pública houve queda de 0,5%.
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O saldo negativo do Ensino Superior público em 2015 foi puxado pelas instituições da rede municipal (em algumas cidades, os municípios têm instituições de Ensino Superior), que apresentaram um expressivo declínio de inscrições, de 28%. A rede estadual teve crescimento modesto, de 0,45%, enquanto as instituições federais matricularam 3% a mais que em 2014.
No Brasil, 87,5% das instituições de educação superior são privadas. Dentro dos 12,5% que abrigam as públicas, 40,7% são estaduais, 36,3% são federais e 23% são municipais.
Sobram vagas nas redes pública e privada
Mais de metade das vagas (57,9%) oferecidas em 2015 não foram preenchidas no Ensino Superior. Das novas vagas e vagas remanescentes oferecidas nas redes pública e privada em 2015, 5,6 milhões ficaram ociosas.
Ao todo, 3.556.304 das novas vagas e 2.043.812 das remanescentes não foram ocupadas, de acordo com os dados do Censo. Mesmo na rede federal, que teve maior índice de ocupação – mais de 90% das novas vagas foram preenchidas – sobraram 116.692 vagas. Considerando as vagas que já estavam ociosas de anos anteriores, mais de 84 mil remanescentes (27,4%) não foram ocupadas nas federais.
O maior índice de vagas não preenchidas está no ensino privado. Das novas vagas, 37,8% foram preenchidas e 12,8% das remanescentes, o que totaliza 5.377.580 vagas não preenchidas.