Como já é de praxe depois de cada prova, os alunos esperam a chegada do gabarito para contar os acertos e tentar calcular a nota antes da divulgação oficial do resultado. Mas, no caso do Enem, essa checagem não é tão simples.
Se uma pessoa acerta 50 questões na prova objetiva e outra, 49, não quer dizer que a nota mais alta será, necessariamente, de quem assinalou mais respostas corretas. Isso porque a Teoria de Resposta ao Item (TRI), usada para a correção, leva em conta variáveis além da quantidade de acertos: a coerência das respostas sobre cada assunto, por exemplo, também entra na conta. Por isso, é considerada por especialistas a maneira mais adequada para avaliar um grande número de pessoas, como os 8,6 milhões de inscritos este ano.
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Trata-se, na prática, de um sistema sensível a detectar se os acertos ocorreram por conhecimento ou de forma aleatória – por chute, daí a TRI também ser chamada de "antichute". A prova divide as questões entre "fáceis", "médias" e "difíceis", possibilitando que cálculos estatísticos e probabilísticos mensurem o grau de proficiência do candidato e seu padrão de resposta às questões.
– A classificação das questões nunca é revelada. Por isso, não é possível nem aos candidatos nem aos professores controlar a TRI – diz o professor de matemática do Universitário, Floriano Krieger.
O que está ao alcance do aluno é tentar dominar o tempo da prova, começando pela resolução das questões que considera mais simples, diz Krieger:
– Não se pode gastar muito tempo nas perguntas iniciais. O ideal é resolver primeiro aquelas que ele encontrará a resposta em 3 ou 4 minutos.
Assim, mesmo que você e um amigo tenham conseguido o mesmo número de acertos, dificilmente alcançarão a mesma nota. Se você tiver acertado 25 questões fáceis e 10 questões médias e seu amigo, 25 questões fáceis e 10 questões difíceis, ambos terão 35 acertos. Mas sua nota será maior, pois a TRI presume que você acertou as perguntas médias por conhecimento, enquanto seu amigo terá acertado as difíceis aleatoriamente.
Na dúvida, marque
Ainda que a TRI mensure as questões acertadas por conhecimento e aquelas por chute, não deixe nenhuma questão em branco. Mesmo se não souber, assinale uma alternativa.
Como funciona
• A TRI foi criada na década de 50 para atribuir diferentes pontuações a uma mesma questão respondida corretamente pelo candidato.
• Ao conferir diferentes pesos às questões, o método produz medidas mais precisas do que as convencionais, classificando melhor os alunos segundo suas habilidades cognitivas.
• Na nota final, a contribuição de um item acertado depende dos outros itens que o candidato acertou e errou.