A Secretaria Estadual da Educação (Seduc) vai analisar a possibilidade do uso de mais sábados do que o estabelecido inicialmente para a recuperação da greve do magistério, encerrada no mês passado. A demanda é do Cpers/Sindicato, que avalia como prejudicial a limitação em 15 finais de semana, pois faria com que o ano letivo avançasse pelo verão.
– A maior parte das escolas teve o calendário homologado, e a questão está equacionada. Temos problemas pontuais em algumas escolas e vamos procurar resolver – disse o secretário Luís Antônio Alcoba, após se reunir com a direção do sindicato durante a tarde desta quinta-feira.
Na saída do encontro, a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, mostrou-se otimista com a chance de homologação dos planos que preveem mais do que 15 sábados:
– O importante é levar a paz para as escolas, é isso que estamos buscando, que os professores possam desenvolver seu trabalho com tranquilidade, sem ter sobressaltos de se vão validar ou não os dias letivos.
Em entrevista coletiva pela manhã, o Cpers afirmou que havia calendários de recuperação não homologados por conterem mais do que 15 finais de semana. A limitação tem duas origens: o Calendário Escolar 2016, assinado em dezembro passado, e uma ordem de serviço editada em julho, após a paralisação.
Conforme o sindicato, sem o trabalho aos sábados, o ano letivo poderia se encerrar em fevereiro em alguns colégios, adiando o início das aulas de 2017 para abril. Com o uso dos sábados, a última recuperação está prevista para ser encerrada na metade de janeiro. Para Helenir, a limitação afronta a lei que dispõe sobre a Gestão Democrática do Ensino Público, que prevê autonomia das escolas para fazer a gestão administrativa, financeira e pedagógica. De acordo com Alcoba, o objetivo da ordem de serviço foi permitir que houvesse a recuperação de forma presencial.