Um dia depois do acordo firmado entre governo estadual, deputados da oposição e parte do movimento estudantil, cinco das seis escolas visitadas por Zero Hora nesta quarta-feira decidiram manter as ocupações. O termo de liberação das instituições, combinado na terça-feira, foi homologado pela Justiça, e o Piratini diz que só cumprirá as reivindicações depois que todos os colégios forem evacuados.
A permanência de parte das ocupações mesmo depois do acordo evidencia a divisão ocorrida no movimento. Estudantes vinculados a entidades como União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (Uges) e União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (Umespa) e a coletivos como Juntos e União da Juventude Socialista (UJS) firmaram o termo com o governo, mas outros jovens que se dizem independentes optaram por não arredar o pé porque não consideraram que os seus pedidos foram atendidos.
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– O comando de ocupações foi feito no início, mas se rachou. Mesmo participando das reuniões, eles (os estudantes independentes) não aceitaram a carta – confirma Gabriel Brocca, estudante do 3º ano da escola Costa e Silva.
Na instituição, os alunos que ocupavam o prédio há mais de um mês se comprometeram a começar a evacuação e concluí-la até o fim da semana. Caso haja número suficiente de professores, as aulas devem ser retomadas na próxima segunda-feira.
Os colégios Júlio de Castilhos e Paula Soares, as escolas Ernesto Dornelles, Padre Réus e o Instituto de Educação mantinham a mobilização nesta quarta-feira. Estudantes das instituições fazem parte do movimento que se diz independente e não têm previsão de dar fim à ocupação.
– Temos um comitê de escolas independentes, separados da Ubes e das demais entidades, que não nos representam. Ontem, eles "pelegaram" e fizeram um acordo que só diz respeito ao que eles tinham interesse e não condiz com o que queremos. Nós, juntamente com outras escolas do comitê, iremos continuar ocupando – garantiu Gabriel Rucco, 18 anos, aluno do 3º ano do Padre Réus.
* Zero Hora